Vozes da Educação: relato de terceirizados(as) expõe precarização e desrespeito nas escolas

Vozes da Educação: relato de terceirizados(as) expõe precarização e desrespeito nas escolas

Entre as denúncias estão o salário líquido inferior ao mínimo, desvio de função, vale-alimentação parcelado, empresas sem sede e calotes

Para retratar o cotidiano daqueles(as) que constroem diariamente a educação pública do Paraná, a APP lança a série de vídeos “Vozes da Educação”, expondo a realidade por trás da propaganda do governo através de relatos da categoria.

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Neste primeiro episódio, mostramos o desalento e maus tratos sofridos pelos funcionários(as) de escola após a extinção das carreiras e a terceirização dos cargos para empresas sem qualquer compromisso com a educação.

“É isso que é a terceirização: desrespeito total com os funcionários, mentiras, casos absurdos de assédio moral, tanto que alguns profissionais cogitaram pedir demissão”, explica uma funcionária que, por segurança, não será identificada.

Conforme já denunciado pela APP, as terceirizadas não têm cumprido com os encargos trabalhistas, descontando atestados, pagando vale-alimentação abaixo do acordado e obrigando os(as) trabalhadores(as) a tirarem férias sem o pagamento do terço de férias. 

Em uma das situações descrita pela trabalhadora(a), no retorno das férias, além de não terem recebido nenhum centavo, a empresa não efetuou o pagamento do vale-alimentação.

“No retorno, ficamos sem alimentação porque pediram para não descontar. Recebemos só 23 reais referente ao dia 2 e ficamos do dia 23 ao dia 31 de janeiro comendo de favor na escola, pois muitos ganhamos pouco e quando vamos pagar as contas não sobra para a nossa comida”, relata o trabalhador.

Há casos também de trabalhadores(as) com problemas graves de saúde que sofrem desconto ao apresentar atestado, contrariando a CLT.

Assédio moral

Como já não bastasse a falta de respeito para com os(as) direitos garantidos(as), rotinas de desvio de função e falta de Equipamentos de Proteção Individual são rotineiros nas escolas. 

Em um dos casos mais absurdos, trabalhadores(as) sofreram queimaduras devido à exposição ao sol intenso ao exercer uma atividade que não é compatível com a qual foram contratadas.

“Algumas funcionárias tiveram queimaduras por conta da exposição de sol nos ombros. Tem casos de mulheres carregando armários de ferro e geladeiras”, explica um dos trabalhadores entrevistados.

Quando não tiver inspetor, funcionários da secretaria ou da biblioteca terão que se dividir entre o pátio ou portão, funcionárias da limpeza na cozinha e tudo isso sem adicional. 

Luta pela revogação das terceirizações

A revogação da terceirização e a imediata realização de concurso público estão entre as pautas de luta prioritárias da APP-Sindicato. 

A APP busca estabelecer uma mesa de negociação com o governo para apresentar esta e outras pautas como a reposição salarial e a implementação do piso. 

No dia 1º abril, uma nova Assembleia Estadual vai avaliar o andamento das tratativas com o Estado. Caso o governo não dê respostas à pauta de valorização, a categoria deve avaliar a construção de uma greve.

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