Votação na Câmara dos Deputados mantém salários de servidores(as) congelados

Votação na Câmara dos Deputados mantém salários de servidores(as) congelados

316 votos favoráveis ao veto do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta (20)

Plenário da Câmara dos Deputados - Foto: Najara Araújo / Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados (veja matéria aqui) manteve nesta quinta-feira, dia 20, a suspensão dos reajustes até 2021 dos(as) servidores(as) que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus, que foi exigida pelo governo Federal em troca da ajuda de R$ 125 bilhões aos estados e municípios. Por 316 votos favoráveis contra 165 contrários e duas abstenções, permanece o veto do presidente Jair Bolsonaro. Lembrando que na quarta-feira (19), os(as) senadores(as) votaram pela derrubada deste veto por 42 votos a 30.

O veto do presidente refere-se ao Parágrafo 6 Artigo 8 da Lei 173, que é a lei que “tenta congelar as carreiras e os salários dos servidores e servidoras do nosso país”, como explica a coordenadora Fórum das Entidades Sindicais (FES) e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes de Carvalho, que enfatiza o “tenta” porque já existem várias ações de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto.

Vamos interpretar a lei com a professora Marlei Fernandes – A Lei 173 não impede o pagamento da data-base, ou seja, a reposição de salários até o limite do IPCA. Vamos lembrar que no Paraná o governador Ratinho Jr. deve mais de 18% em relação à defasagem da inflação. Vejam que não é aumento, é a reposição da inflação desde 2017. E ainda quer congelar os salários a partir do próximo ano. O governo também não está impedido pela lei de aplicar o Piso Mínimo Regional devido aos servidores e servidoras, não está impedido de conceder licenças especiais ou para capacitação, e também não pode cortar o abono permanência.

O que está na lei e nos impede? Como detalha Marlei, a contagem do tempo de serviço para anuênios, triênios ou quinquênios está congelada desde o dia 28 de maio, mas, já está com demanda na justiça.

O que agrava e preocupa ainda mais no Paraná é a Emenda ao Projeto de Lei 248, enviada para a Assembleia Legislativa (Alep) pelo governo do Estado, ou seja, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2021 que congela os salários como também as progressões e promoções.

Com isso, o governo do Estado passa por cima de uma nota técnica do Ministério da Fazenda (20.581) que diz que pode haver as promoções e progressões e também do Parecer (13) da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) com a mesma interpretação feita pelo FES e suas entidades.

Marlei Fernandes disse que “é mais uma maldade do governo em querer em tempos de pandemia retirar direitos dos servidores e servidoras. Vamos manter a luta, todos nós da ativa e aposentados, civis e militares. Vamos conversar com deputados e deputadas para impedir o congelamento das nossas carreiras”.

Foto: Reprodução

Veja como votou cada deputado(a) do Paraná: 

Votos Contrários ao congelamento do salário dos(as) servidores:

Aliel Machado – PSB
Boca Aberta – Pros
Enio Verri – PT
Gleisi Hoffmann – PT
Gustavo Fruet – PDT
Luciano Ducci – PSB
Sargento Fahur – PSD
Zeca Dirceu – PT

Votos Favoráveis ao congelamento dos salários: 

Aline Sleutjes – PSL
Aroldo Martins – Republicanos
Christiane de Souza Yared – PL
Diego Garcia – Pode
Felipe Francischini – PSL
Filipe Barros – PSL
Giacobo – PL
Hermes Parcianello – MDB
Leandre – PV
Luisa Canziani – PTB
Luiz Nishimori – PL
Luizão Goulart – Republicanos
Paulo Eduardo Martins – PSC
Pedro Lupion – DEM
Ricardo Barros – PP
Roman – Patriota
Rubens Bueno – Cidadania
Schiavinato – PP
Sergio Souza – MDB
Toninho Wandscheer – Pros
Vermelho – PSD

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