Um presente de grego para os(as) brasileiros(as)

Um presente de grego para os(as) brasileiros(as)


 

Símbolo de uma das principais guerras da história e narrado na obra “Ilíada” de Homero, o “cavalo de Tróia” foi um instrumento utilizado pelos gregos para derrotar os troianos. Construído em madeira e oco por dentro, foi recebido pelo povo de Tróia como um presente dos deuses. A “oferta divina” foi introduzida na cidade e comemorada por todos com muita festa.

Após dormirem embebidos da comemoração pela rendição do inimigo, os soldados gregos saíram de dentro do cavalo de madeira a atacaram Tróia. Logo após, abriram os portões para que o restante do exército grego tomasse e destruísse a cidade.

Pois bem, milhões de brasileiros(as0 podem, dentro de alguns dias, festejar (ou não) o grande presente que a elite do país oferece a seu povo. Simbolizado em um pato amarelo de borracha com o slogan de “não vamos pagar o pato”, o empresariado brasileiro aliado a setores da direita conservadora e à grande mídia vão produzindo a sensação de que “os deuses” nos presenteiam com o que pode ser o fim de todos os problemas do Brasil.

O povo embebido dessa sensação incorpora o discurso golpista sem saber que “dentro do pato” há uma lista extensa de “armas pesadas” a serem utilizadas contra nós trabalhadores: alterações na previdência, redução de salários, o estabelecimento de que negociação com os patrões se sobreponham à lei, flexibilização de direitos trabalhistas.

Para além dos ataques aos nossos direitos, também há a invasão de outros “impérios” com a entrega de estatais como a Petrobrás e o estabelecimento de acordos comerciais com outros países em contraponto ao fortalecimento do Mercosul. O “pato amarelo” se tornou um “presente de grego” aos brasileiros e brasileiras. Para que a história não se repita, é hora de furá-lo ou vamos todos pagar o pato.

(*) Luiz Fernando Rodrigues é funcionário na rede estadual de Educação Básica do Paraná e secretário de Comunicação da APP-Sindicato.

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