Encerrando o ciclo de debates, na manhã deste sábado (12), a APP-Sindicato em parceria com a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) realizou o encontro Macroregional da Jornada de Municipais. A reunião ocorreu após um golpe da Câmara dos(as) Deputados(as) que promoveu um ataque ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que desconfigurou a regulamentação do fundo, entregando recursos para a iniciativa privada.
Com início no mês de agosto deste ano, já durante a pandemia, o evento debateu e elaborou diagnósticos da realidade dos(as) profissionais da educação básica durante as atividades remotas e do teletrabalho, além de debater o novo Fundeb. Na sequência foram debatidas a Plataforma da Educação Pública para as eleições Municipais, a fim de que a educação tivesse lugar de destaque nos planos de governos dos novos administradores e legisladores municipais.
Já no encontro Macroregional, a Prof Dra. Edinéia Navarro Chilante, coordenadora da Pesquisa da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) fez um panorama sobre as expectativas de retorno das atividades presenciais em 2021 e os desafios em cobrar dos governos condições de trabalho, além da construção de uma escola que garanta a autonomia de ensino e desenvolvimento pedagógico por parte dos(as) profissionais da educação.
“Estamos desde maio e junho nessa jornada, então talvez essa seja uma das formas de organização e de luta para que possamos enfrentar esse momento que é extremamente desafiador. Essa jornada foi construída da necessidade de formar, informar e mobilizar. A todo momento precisamos rever analisar os direcionamentos e como as coisas estão caminhando”
A deputada Federal Gleisi Hoffmann também participou do encontro e apontou a atual conjuntura com as eleições municipais e a previsão para o próximo ano, destacando a importância da organização e luta da categoria da educação frente aos ataques das gestões Federais, Estaduais e Municipais.
“A educação é uma das áreas mais atingidas pela direita. Eles querem acabar com a educação libertadora e democrática, pois ela dá um sentido à vida. É uma muito intensa, tanto na educação quanto na cultura, pois estas estão sendo atacadas sistematicamente. Precisamos nos organizar e elaborar ações para agir neste período. O enfrentamento é necessário”, destacou Gleisi Hoffmann.
Os participantes fizeram o debate e se comprometeram a realizar um planejamento estadual e municipal de ação, organização de pesquisas e consultas com a categoria para diagnosticar o quadro de cada município. “Montar esse quadro é essencial para que possamos ter condições de dar uma resposta mais rápida a qualquer ação. Temos que fazer a comunicação com os(as) sindicalizados(as), formações política e sindical, que serão tarefas para todo o ano. Também faremos o Seminário estadual sobre o novo Fundeb, já que esse foi um ponto que surgiu como necessidade”, destaca a secretária executiva de Municipais, Professora Marcia Oliveira.
O secretário de Assuntos Municipais, Celso Santos, ressalta que mesmo nesse cenário de ataques, é importante manter a esperança e organizar a resistência frente às políticas que visam desmontar o serviço público. “Teremos a redução de financiamento, com o congelamento do piso salarial, outras medidas do governo Bolsonaro e os desafios do novo Fundeb, que corre o risco de ser desmontado em prol de entidades particulares e religiosas de ensino. O cenário é trágico com uma possibilidade de reforma administrativa que retira direitos de servidores(as), mas também precisamos resgatar a esperança e nossa disposição de luta”.
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