Os(as) trabalhadores(as) brasileiros(as) comemoraram nessa semana os 40 anos da CUT, maior central sindical do país. Uma sessão solene na Câmara dos Deputados marcou a data de fundação, na segunda-feira (28). O aniversário foi lembrado em casas legislativas por todo o país.
“Parabéns à CUT e a todos os que fizeram parte dessa história durante essas quatro décadas”, diz Daniel Matoso, secretário de Comunicação da APP e da CUT-PR. Ele ressalta o avanço da Central, que começou com pouco mais de 5 mil delegados e hoje tem mais de 25 milhões de trabalhadores na base.
O crescimento da CUT foi possibilitado pelas articulações e mobilizações em favor dos(as) trabalhadores(as), observa Matoso.
Quarenta anos depois de sua fundação, a CUT trabalha para ampliar a luta. “O desafio hoje é organizar os(as) trabalhadores(as) informais, os(as) que estão na uberização do trabalho, aqueles(as) que estão nos aplicativos”, diz Matoso.
“Temos esse desafio pela frente, por isso nós nos organizamos e buscamos definir que caminhos a gente toma para organizar esses(as) trabalhadores(as) que não têm carteira assinada e estão no subemprego”, afirma o dirigente.
A sessão comemorativa na Câmara dos Deputados foi coordenada pelo deputado federal Vicentinho (PT-SP), que presidiu a CUT de 1994 a 2000, e reuniu representantes de sindicatos filiados à CUT de todo o Brasi. O presidente da CNTE, Heleno Araújo, e a secretária de Finanças, Rosilene Corrêa, também estiveram presentes.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, homenageou todos(as) os(as) que lutam por melhores condições de trabalho no país. “Minha homenagem é para os heróis da CUT. É para os milhões de anônimos que estão nas fábricas, nas escolas, nos bancos, no serviço público, nos campos, e que, na luta pelos seus direitos, fizeram os 40 anos de história da CUT” disse.
Representante do ramo do Comércio e Serviços, Geralda Godinho lembrou as lutas da classe trabalhadora e de sua categoria na década de 1980. “A CUT sempre esteve do lado certo da história, formando e conscientizando a classe trabalhadora. Nós temos muito orgulho e alegria de fazer parte dessa entidade”, afirmou.
Arthur Henrique, que presidiu a CUT de 2006 a 2012, ressaltou a importância de fortalecer a organização dos trabalhadores para proteger seus direitos. “É essencial para não vivermos o risco de perdemos direitos em uma simples canetada como foi das últimas vezes”, disse.
Jair Meneguelli, presidente da CUT entre 1983 e 1994, lembrou dos(as) mais de 5 mil trabalhadores (as) que se reuniram no 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora, em São Bernardo do Campo, em 1983. “O movimento sindical não é apenas reivindicatório. Nós somos ente político deste país. Temos que discutir porque tudo passa pela política”, afirmou.
“Acredito que a CUT é a mais bela das organizações da classe trabalhadora, que insiste em ser solidária, organizar e defender os seus direitos. Tenham a certeza de que a CUT sempre estará nas ruas, fazendo a defesa com cada um dos nossos ramos, com cada um dos sindicatos e com as pautas de cada categoria”, discursou o presidente da CUT do Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues.
História
Fundada em 28 de agosto de 1983, durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em São Paulo, a CUT surge como uma organização sindicalista, em caráter classista, autônoma, democrática e comprometida com os interesses da classe trabalhadora brasileira.
É atualmente a maior central sindical da América Latina e a quinta maior do mundo, presente em todos os ramos da atividade econômica do Brasil, com cerca de 3.806 entidades filiadas. Entre essas, está a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que se uniu à Central em 1988.