Trabalhadoras da Educação não podem ser ainda mais exploradas

Trabalhadoras da Educação não podem ser ainda mais exploradas


Foto: Divulgação

Estamos vivendo um momento excepcional em nossa história, 1/3 da população mundial encontra-se confinada em seus locais de moradia. A pandemia COVID-19 matou milhares de vidas mundo afora. O Brasil faz parte dos países em isolamento.

E a questão educacional brasileira segue sendo um problema, justamente porque a pandemia nos encontrou em momento que as desigualdades estruturais históricas ainda não foram sanadas, bem como em recessão econômica.

E como fica a situação de estudantes e professoras que devido a reestruturação da rotina familiar imposta pelo isolamento somaram as   tarefas que envolvem cuidados de familiares idosos, deficientes, crianças que estão em casa?  Sabemos que a esmagadora maioria das trabalhadoras em educação são mulheres e nesse momento estão acumulando mais funções.

De acordo com estudo da Oxfam (2019),mulheres são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado no mundo,por causa do tempo que gastam com o cuidado, costumam trabalhar menos em seus empregos ou precisam abandoná-los. Em média, 42% das mulheres não conseguem trabalho remunerado porque são responsáveis por todo o trabalho de cuidado, enquanto que entre os homens esse percentual é de apenas 6%.

Nossa cultura, ainda machista, nos permite saber que o Ensino a Distância imposto pela Seed, além de excluir centenas de alunos(as) pobres, sobrecarrega as trabalhadoras em educação, significa a exploração de seu trabalho, estarão preparando conteúdos, algumas de deslocando até às escolas e acumulando os cuidados de seus próprios filhos(as), familiares, e serviços domésticos que exigem atenção redobrada.

Os dados constam no documento “Tempo de cuidar, o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade”, mostra que, milhões de mulheres e meninas passam boa parte de suas vidas fazendo trabalho doméstico e de cuidado, sem remuneração e sem acesso a serviços públicos que possam ajudá-las nessas tarefas tão importantes.

Exigimos responsabilidade da Secretária Educação do Paraná mais do que nunca.

Não podemos aceitar a punição ainda mais severa das mulheres nesse contexto de excepcionalidade, é preciso abandonar a lógica mercantil de superexploração do trabalho das mulheres, que nesse momento significa a preservação de suas vidas!

SECRETARIA DA MULHER TRABALHADORA E DIREITOS LGBTI APP SINDICATO

Ana Carolina Dartora

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