Terceirizados(as) são obrigados a passar o dia no sol para tentar manter o emprego

Terceirizados(as) são obrigados a passar o dia no sol para tentar manter o emprego

Falta de orientação da Seed tem forçado centenas de funcionários(as) de escola terceirizados(as) a penar para preencher ficha

O medo de ficar sem emprego e a falta de orientação correta da Secretaria de Estado de Educação tem forçado centenas de funcionários(as) de escola terceirizados(as) a passar o dia numa fila no sol. Os(as) trabalhadores(as) buscam emprego na RCA Produções e Serviços, empresa que está assumindo 15 escolas estaduais de Curitiba. 

A RCA vai recontratar 1,4 mil ex-trabalhadores(as) da Guima, cujo contrato emergencial com o Estado foi encerrado. A transição tem sido um show de horrores, com total desrespeito aos educadores(as).

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A confusão se formou na quarta-feira e continua ao longo da semana. Carlos Henrique Costa, assistente administrativo da Escola Dona Branca, chegou às 7h30 e só foi atendido depois das 15h.

“Quando cheguei não havia qualquer informação. Às 11h15 vieram distribuir senhas e disseram que estavam atendendo o pessoal que recebeu senhas no dia anterior”, relata Carlos. Segundo ele, só às 13h os educadores(as) puderam entrar na sede da empresa e se proteger do sol.

Mas a área à sombra também estava lotada e o atendimento só ocorreu duas horas depois, Carlos Henrique deixou o local irritado. “É muita desorganização. Primeiro falaram que o pessoal seria atendido nas escolas, o que facilitaria para nós, mas acabamos sendo jogados na fila sem informação”, diz.

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“A gente que precisa de trabalho não tem opção. Eles fazem as regras e nós temos que nos submeter. É muito desrespeito com o ser humano”, finaliza Carlos.

A insegurança dos(as) trabalhadores(as) é muito grande, pois ainda não há garantia de que serão recontratado(as). Até o dia 23, eles(as) são funcionários(as) da Guima. A partir do dia 24, os(as) recontratados(as) passarão a trabalhar para a RCA. Com a mudança, Carlos teve uma perda significativa do salário, que caiu de R$ 1.688,00 para R$ 1.380,00. 

A RCA argumenta que a redução no salário acompanha queda na jornada de 44 para 40 horas semanais, mas não convence Carlos Eduardo. “É evidente que caiu o salário. A Guima controlava rigidamente a carga horária e impedia que fizéssemos hora extra. Atrasos de 15 minutos eram descontados. Por que uma empresa assim pagaria a mais para os funcionários?”, questiona.

Além da dificuldade para preencher ficha e entregar documentos na RCA, os(as) trabalhadores(as) têm encontrado problema também na hora de fazer o exame médico admissional. “Amigos que tinham exame marcado para hoje e não conseguiram fazer, pois tinha gente demais na clínica”, conta Carlos Eduardo.

A previsão da RCA é concluir o cadastramento dos educadores(as) na terça-feira da próxima semana. Foram atendidos até agora cerca de 700 trabalhadores, metade dos 1,4 mil que serão recontratados(as). A empresa diz ter solicitado à Seed que encaminhasse o pessoal de maneira escalonada para evitar aglomerações, mas não foi atendida.

 

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