O Governo Ratinho Jr está gastando mais para oferecer um serviço pior aos estudantes da rede pública estadual. As 13 empresas contratadas para terceirizar a mão-de-obra dos(as) funcionários(as) de escola reduziram o número de trabalhadores(as) de 9.700 para menos de 8 mil, causando desemprego e prejudicando os serviços aos(às) alunos(as). A denúncia foi feita pelo presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, na tarde desta terça-feira(10), durante ato no Centro Cívico de Curitiba pelo fim da terceirização, em defesa da vida e dos salários, pelo retorno às aulas presenciais com segurança e com vacina para todos(as).
Leão apontou que há falta de funcionários(as) nas escolas, o que inviabiliza as medidas do protocolo de segurança contra a disseminação do coronavírus. “O governo havia anunciado que a terceirização seria para a eficiência e para uma maior qualidade no serviço público, mas fica claro nos primeiros meses que a terceirização é um verdadeiro desastre, porque precarizou o trabalho e está gastando muito mais do nosso dinheiro público para favorecer empresários”, afirmou. Segundo ele, algumas das empresas contratadas sequer têm locais próprios para atender os(as) trabalhadores(as) contratados(as), utilizando para isso a estrutura dos Núcleos Regionais de Educação.
A APP-Sindicato reafirma a luta contra a terceirização, que está custando muito caro para a educação paranaense e só beneficia grandes empresários. “Continuamos trabalhando para revogar a Lei 20.199, que terceirizou os(as) funcionários(as) de escola. O Governo se aproveitou desse período de pandemia para passar esse tipo de projeto de lei durante o isolamento social. A maioria dos deputados apoiou a vontade do governador Ratinho Jr de fazer um governo para empresários e favorecer com dinheiro público o lucro de empresários”, disse Hermes Leão.
O presidente da APP-Sindicato considerou positivo o anúncio do Governo de que vai autorizar as promoções e progressões dos(as) servidores(as) públicos(as) estaduais, mas cobrou o pagamento da data base dos(as) educadores(as). Essa luta íntegra o calendário de mobilizações de agosto em defesa da Educação e do serviço público. “Na próxima semana, dia 18, será dia de mobilização e greve nacional contra a PEC 32, da reforma administrativa, que se for aprovada como está vai destruir o serviço público”, lembrou Leão. No dia 30, a APP vai relembrar os 33 anos da violência contra a categoria, quando o então governador Álvaro Dias mandou a Polícia Militar atacar educadores(as) com a cavalaria.
O dia de mobilização começou com uma audiência pública na Assembleia Legislativa, convocada pelo deputado Tadeu Veneri para debater a terceirização nas escolas. Ao longo do dia houve atos da APP-Sindicato em todos os Núcleos Regionais de Educação. “Estar aqui, no momento em que a assembleia está fechada para a população é simbólico, pois foi num momento em que a assembleia estava fechada é que foi aprovada a lei da terceirização, extinguindo os cargos de agente de escola 1 e 2, impedindo que tivéssemos concurso público”, disse Nádia Brixner, secretaria de Funcionários da APP-Sindicato. O ato no Centro Cívico teve a participação também da presidenta da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Ubs), Taís Carvalho. Ela anunciou que os estudantes estão iniciando uma campanha de fiscalização das escolas, para identificar falta de segurança sanitária na volta às aulas presenciais.