A educação já passou por períodos difíceis. As décadas de 60, 70 e 80 foram também de intensidade de greves. Apesar disso, no período atual, é mais contundente o enfraquecimento do Estado e terceirização de políticas que retiram direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. O governo deixou de cumprir com compromissos efetivos da greve geral, como o pagamento pela maior habilitação para os(as) professores(as) contratados em regime de PSS. Outro exemplo é que o pagamento dos atrasados até janeiro de 2014 foi feito, mas já se criou uma nova pendência neste ano que soma 62 milhões de reais. Tudo indica que o governo não vai fazer o acerto dessa dívida em 2014.
Estes e outros pontos que não progrediram mostram que, em 2015, a categoria já inicia um processo intenso de mobilização a partir dos primeiros dias de aulas. A secretária de finanças da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes, indica que o enfrentamento será árduo com este governo. “O ponto mais negativo é, de fato, o governo foi reeleito com uma margem expressiva de votos. Isso lhe dá uma legitimidade em suas ações. O problema é que as suas ações estão vindo todas não como um projeto de ampliação de políticas públicas e de fortalecimento do Estado, mas o inverso disso. Ele já readequou o Estado para os próximos quatro anos”, completa ela.
Processo de construção coletiva – Este é o momento em que todos e todas devem se unir. Nenhum dos enfrentamentos realizados até hoje foi feito sem mobilização coletiva e unidade de educadores e educadoras. Ao mesmo tempo em que temos, dentro da categoria, trabalhadores(as) que já passaram por momentos mais difíceis para conquistar direitos, temos também aqueles(as) que vêm somar novos esforços para a conquista de mais avanços. “Temos que fazer uma organização muito intensa, fortalecer a APP e eleger, no começo do ano, os representantes de escola que repassem informações e tragam reivindicações para o sindicato”, pontua Marlei. É o momento de unidade e muita organização política e sindical.
A educação brasileira conta agora com o Plano Nacional da Educação (PNE). No Paraná, vamos construir o Plano Estadual da Educação, além dos Planos Municipais. “Isso também reforça a luta dos trabalhadores em educação, pois nós vamos ter que discutir porte de escola, piso, recursos, organização, gestão democrática e um conjunto de itens da nossa pauta vão estar em debate neste próximo ano”, completa a professora. Apesar de todo enfrentamento que a categoria fez em 2014, é hora de ficar de olho no futuro.
Matéria publicada na edição 197 do jornal 30 de agosto