O acampamento da greve desta sexta-feira foi muito movimentado. Depois do almoço servido aos educadores e educadoras, iniciaram diversas atividades no espaço.
Representantes dos Núcleos Sindicais de todo o Estado que estão acampados(as) em Curitiba enviaram, pela transmissão ao vivo do acampamento de greve, mensagens de apoio e de incentivo para todos(as) que estão na luta no Paraná. Os educadores e educadoras aproveitaram a oportunidade para mandar mensagens aos familiares e companheiros(as) da categoria. Além da participação dos(as) trabalhadores(as) do Paraná, duas educadoras de São Paulo, Maíra Viscaya e Milena Bagetti, também falaram sobre as lutas em suas regiões.
Maíra é conselheira da Subsede de Santo André, Apeoesp-SP, e veio ao Paraná para dar apoio à luta dos(as) educadores(as). Para ela, a luta dos(as) paranaenses(as) se torna um exemplo para todo o país. “É importante estar aqui participando da greve do Paraná porque ela pode se tornar um grande exemplo aos professores e trabalhadores de todo o país, frente aos ataques dos governos. A unidade da nossa classe é o que pode nos levar à vitória”, fala. Milena é professora em Campinas e também apoia a greve da educação. “A importância de estar aqui está ligada à riquíssima experiência que uma greve dos professores pode fazer com que vários outros trabalhadores se fortaleçam, para lutar contra ataques nacional e internacionalmente.”, complementa. As duas educadoras vieram ao Paraná graças à uma “vaquinha” realizada entre os(às) colegas(as) educadores(as) de São Paulo.
Logo depois o professor da UFPR e cientista político, Ricardo Oliveira, fez uma palestra onde apresentou uma análise das oligarquias políticas do Paraná. Ricardo Oliveira fez críticas ao nepotismo existente na política do Paraná e apontou casos de famílias que integram o poder público no Estado. Além disso, falou sobre os privilégios que o próprio governo cria para os(as) parlamentares. “Quando é que foi o último concurso público na Alep?”
O professor Ricardo questionou o auxílio moradia aprovado para juízes(as), conselheiros(as), auditores(as) e procuradores(as). “Auxílio moradia para eles pode, mas auxílio transporte para professor e servidor público não pode”.
O cientista político também criticou a grande mídia que faz uma cobertura parcial no país e ignora os movimentos sociais que a população integra. “E quando a gente vai lá e estuda qual é a família brasileira mais rica, descobrindo quem? A família Marinho. Família da Rede Globo”, explica ele. Ricardo também criticou a forma como a mídia falou do movimento dos(as) educadores(as) quando citavam a ocupação dos(as) servidores(as) na Assembleia Legislativa do Paraná. “Os professores fizeram uma visita à Alep. Invadiu? Ninguém invade o que é seu”, finaliza.
Ainda hoje (20) teremos uma oficina de dança com André Meirellis, às 20h.