No último sábado (28), um policial militar aposentado foi preso após denúncias de assédio sexual contra estudantes de um colégio Cívico-Militar da cidade de Francisco Beltrão. O episódio reacende o debate sobre o modelo, que, além de atentar contra a escola pública, coloca crianças e jovens em risco.
“Isso fica evidente nesta situação. As estudantes não se viram seguras para fazer a denúncia na própria escola, o que sempre acontecia, mas buscaram apoio fora dela”, aponta a secretária Geral da APP-Sindicato, professora Vanda Santana.
De acordo com apuração da imprensa local, o caso já vinha sendo investigado pelo Ministério Público há cerca de 15 dias. Mas a Secretaria da Educação teria afastado o militar de suas funções apenas no dia 23 de agosto, conforme nota enviada pela SEED ao portal G1.
O caso corre em segredo de Justiça e maiores detalhes não podem ser repassados para proteger a identidade das vítimas. O nome do suspeito também não foi informado.
Cultura do Medo
O Sindicato reforça a posição contrária ao modelo de escolas cívico-militares, pautado pela cultura do medo e pelo desrespeito à gestão democrática e aos profissionais da educação. Escola é para quem tem formação para educar, não para reprimir.
A escola é um espaço de formação e humanização, de acolhimento e socialização, fundamental na construção da emancipação dos estudantes enquanto cidadãos e cidadãs plenos de direitos. São valores diametralmente opostos aos da caserna.
“Por isso, a APP-Sindicato continua atuando pela revogação da implantação desse programa nas escolas da rede estadual. A Secretaria de Educação tem a responsabilidade de apurar os fatos ocorridos em uma escola da sua rede e se manifestar publicamente, dando uma resposta imediata à sociedade paranaense”, enfatiza Vanda Santana.