Somos diferentes e somos iguais: queremos estudar nossas histórias de vida

Somos diferentes e somos iguais: queremos estudar nossas histórias de vida


Somos Acotirenes, Anas, Bias, Brenos, Dandaras, Josés, Marias, Robertos, somos vários(as) e fazemos parte da história brasileira e do mundo. Nosso país tem muitas cores, sim, é formado por seres humanos(as) de diferentes culturas. Porém, nos ambientes escolares as culturas são hierarquizadas e as culturas afro-brasileira e indígena são inferiorizadas – e nem sempre são incluídas no currículo escolar.

Perguntamos o motivo desta hierarquização e omissão? Mesmo sabendo que se trata de racismo institucional. São 13 anos de vigência da Lei 10.639, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/08), em escolas públicas e particulares, em todas as áreas do conhecimento. Entretanto,  ao parar para refletir e olhar em volta e dentro dos milhares de colégios existentes no Paraná observam-se boas iniciativas e muitas delas são ações pontuais em datas comemorativas promovidas por equipes multidisciplinares e de militantes engajados(as) com a causa, porém, não atingindo com naturalidade o cotidiano do currículo escolar.

Direto do túnel do tempo nos deparamos com as lutas da população negra pelo acesso à escola pública, pela identificação desta escola com sua história de vida e de seus ancestrais  e com a garantia de representação do seu pertencimento  étnico racial entre educandos(as) e educadores(as).  A partir da Constituição de 1988, da LDB, do Estatuto da Igualdade Racial e de diversas políticas de ações afirmativas, vislumbramos que este sonho comece a se tornar realidade escrevendo novos capítulos, que ensejam novas lutas ao racismo presente na sociedade.

A APP-Sindicato está intimamente identificada com este movimento e enfrenta arduamente a defesa da qualidade de ensino e indo às ruas frequentemente para mostrar que todos(as) os(as) professores(as) e funcionários(as) da educação têm direitos e precisam ser respeitados. E que esta valorização tornará a escola pública de fato um espaço de inclusão e de superação de todas as formas de preconceito e discriminações, propiciando que o sonho de  Martin Luther King de superação do racismo se realize: “Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor da sua pele”.

Para o professor Celso José dos Santos, da secretaria de Assuntos Municipais e representante da APP no Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Social, que tem acompanhado a trajetória da Entidade nesse debate ao longo das últimas décadas, “é fundamental enaltecer os valores civilizatórios africanos presentes na cultura brasileira, mas, muitas vezes excluídos dos currículos escolares. Valores como: ancestralidade, circularidade, o movimento que faz com que a formação do educando não se dê apenas na cabeça, mas em todo o corpo, gestos e espaços”.

Para aprofundar sobre o tema:

História negra, escola branca

Racismo e falta de formação dificultam educação de temas étnicos raciais nas escolas

 

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