Entretanto, apesar das dificuldades, há um sentimento pairando sobre o acampamento, desde os primeiros dias, que tem motivado e emocionado muita gente: a solidariedade. Já no segundo dia de greve, no qual choveu e deixou o acampamento bastante úmido, doações de roupas, cobertores, alimentos e até mão-de-obra voluntária tem apareceu. E não parou mais.
A secretária de Administração e Patrimônio da APP-Sindicato, Mariah Seni Vasconcelos Silva, que tem coordenado todo o movimento de organização dentro do acampamento, está impressionada com os momentos que tem vivenciado durante estes dias.
“Eu tenho visto muita emoção. Nosso acampamento cresce a cada dia, esse movimento não é mais só de professores e funcionários, nós extrapolamos as fronteiras. É muito bom a gente ir na rua com a camiseta da greve e receber apoio em todos os lugares, as pessoas querem saber, querem ajudar de alguma forma. É um sentimento de esperança que brota, apesar do caos que o nosso estado está vivendo, aqui neste acampamento nós vivemos como uma comunidade, todo mundo se ajuda. É um movimento que vale a pena”, conta.
O mesmo sente o funcionário de escola Everson Lopes, do Núcleo Sindical de Pato Branco. “A gente se fortalece nessa pequena comunidade que formamos aqui, no acampamento. Estamos sobrevivendo juntos, vivenciando o companheirismo. Além disso, é gratificante você sair pela cidade e ser aplaudido, ser reconhecido. Mesmo que a sociedade não entenda profundamente os meandros da nossa pauta, o básico que é a luta por uma educação pública de qualidade, isto sim, eles entendem e estão nos dando muito apoio”.
No fim, além das conquistas que toda a categoria espera obter no término da greve, toda essa mobilização tem sido uma grande escola ao vivo, em cores e na prática, como defende a professora Cida Reis, do Núcleo Sindical de Paranaguá. “Tenho sentido um empoderamento dos trabalhadores da educação, que dão uma grande aula para todos os cidadãos paranaenses. Há muitos servidores de outras categorias, pais, mães e a comunidade em geral, motivados pela nossa luta, que vêm até nós não só para ser solidários, mas também porque querem aprender com o nosso movimento”.