Segundo a presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Chile, Cristina Poblete, o sistema de capitalização, igual ao que o governo Bolsonaro (PSL) quer para os(as) brasileiros(as), prometeu benefícios de 70% dos salários, mas paga hoje cerca de 35% para homens e 28% para mulheres.
A declaração foi divulgada durante um seminário internacional, realizado nesta segunda-feira (4), organizado pela comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da Previdência (PEC 6/19). “O sistema fracassou em seu objetivo central de entregar aposentadorias justas e suficientes”, acrescentou Poblete.
De acordo com a representante do Chile, o modelo foi implantado naquele país em 1981, durante a ditadura de Augusto Pinochet. Ela relatou que não há incentivo para os(as) trabalhadores(as) contribuírem com a Previdência e, por conta disso, as pessoas ficam na informalidade. “Porque sabem que sua aposentadoria será ruim e preferem poupar por fora do sistema ou comprar um imóvel para viver de renda futuramente”, explicou.
Cristina Poblete criticou ainda o fato de o sistema de capitalização não estar baseado na seguridade social e ser individualista. Entre os principais problemas desse modelo, ela aponta o fim da contribuição patronal, um sistema de poupança forçada e sem benefícios definidos, que depende exclusivamente do que o(a) trabalhador(a) conseguiu juntar.
As informações são da Agência Câmara Notícias.