A direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sarandi (Sismus) manifesta total apoio e solidariedade à luta dos educadores da rede estadual do Paraná. Aproximadamente 50 professores, funcionários de escola e estudantes iniciaram ontem (19) uma greve de fome na porta do Palácio Iguaçu, em Curitiba.
Essa medida extrema ocorre porque o governador Ratinho Junior e seu secretário da Educação, o empresário Renato Feder, entre outros ataques, planeja demitir quase 30 mil professores e funcionários de escola no próximo dia 31 de dezembro.
A categoria reivindica a revogação do edital PSS n. 47/2020 que prevê a contratação de apenas 4 mil professores em 2021 através de contrato temporário de um ano. A rede estadual do Paraná possui déficit de mais de 20 mil professores, mas o governo se nega a fazer concurso público.
Outro agravante nesta situação é que Ratinho e Feder querem aplicar uma prova presencial com expectativa de reunir quase 100 mil candidatos, para selecionar os professores temporários, em plena pandemia e com aumento no número de casos de Covid-19.
Ratinho, Feder e seus deputados aliados também extinguiram os cargos públicos de funcionários de escola, autorizando a terceirização das funções como merendeiras, secretárias, bibliotecárias e outras. Essa decisão vai desempregar no final deste ano cerca de 10 mil profissionais e transferir milhões de recursos públicos da educação para empresas privadas.
Outra denúncia importante do movimento é o desmonte da educação pública para aumentar o IDEB de forma fraudulenta e promover a imagem do governo. Isso está sendo feito de várias formas, mas principalmente com a criação de dificuldades para permanência de jovens, adultos e demais estudantes que têm dificuldade de aprendizado. Neste plano, além de fechamento de turmas, Ratinho e Feder estão usando também a militarização.
Mais de 100 escolas que foram selecionadas ilegalmente para migrar ao modelo cívico-militar, pois possuem ensino noturno. A lei não permite que esses colégios sejam militarizados, mas o governo não respeitou.
Caso esse absurdo não seja revisto, 400 turmas do período noturno serão canceladas a partir do próximo ano, reduzindo a oferta de trabalho para os educadores e tirando o direito de jovens e adultos que trabalham durante o dia de estudar.
Diante de tudo isso, o Sismus defende que o governador e seu secretário tenham o mínimo de bom senso e responsabilidade, diálogo honesto e verdadeiro, para revogar de forma imediata o edital PSS n. 47/2020, cancelar a prova para PSS, renovar os contratos dos professores e funcionários PSS, manter as turmas do noturno ameaçadas pelas escolas militarizadas e o atender outras pautas da categoria.
Direção do Sismus
Sarandi, 20 de novembro de 2020