Sindicato propõe atividades para debater a Agroecologia nas escolas

Sindicato propõe atividades para debater a Agroecologia nas escolas

A proposta é um aquecimento para a 18ª Jornada da Agroecologia, que acontece no final de agosto, em Curitiba

De 29 de agosto à 1º de setembro, Curitiba sediará a 18º Edição da Jornada de Agroecologia, evento anual que é construído por trabalhadoras(es) do campo e da cidade, povos faxinalenses, quilombolas, indígenas, assentados, agricultoras(es), e entidades, movimentos sociais, sindicatos e coletivos, as quais defendem o movimento da agroecologia no Brasil, contrapondo o agronegócio.

Assim como nos anos anteriores, a APP-Sindicato participa ativamente da luta por políticas públicas que promovam o desenvolvimento do campo em conexão com a cidade, sendo sustentadas pela reprodução dos modos de vida orientadas pelos princípios da agricultura a partir de uma perspectiva ecológica. Os espaços contam com estudos, formação, pesquisa, intercâmbio entre culturas e se fortalece como espaço fundamental para o exercício da cidadania, expondo e debatendo as principais dificuldades enfrentadas no âmbito de uma vida saudável, da produção e consumo de alimentos saudáveis.

A partir destas diretrizes, o Sindicato junto com movimentos que integram a Jornada elaborou uma série de atividades que podem ser realizadas nas regionais, articuladas ao conteúdo da Jornada da Agroecologia, levando este debate para escolas. As atividades auxiliarão ao desencadear novas relações, trocas de experiências, visitas a campo em áreas da reforma agrária, cooperativas, agroindústrias, intercâmbio entre estudantes do campo e da cidade.

Outro ponto importante é debater os rumos da alimentação humana, que estão sendo norteadas por propagandas realizadas nos veículos de comunicação, onde influenciam no consumismo exagerado de alimentos ultraprocessados como guloseimas industrializadas, biscoitos e refrigerantes. As crianças estão entre os grupos mais afetados pelo declínio de uma dieta balanceada, já que estão mais suscetíveis a uma alimentação carregada de produtos ultraprocessados.

Com base neste cenário e na Lei 13.666/18, a qual introduz a “educação alimentar e nutricional como tema transversal do currículo escolar”, é fundamental que este debate seja feito no interior das escolas.

Indicamos abaixo algumas ações e possibilidades que visam inspirar a criação e construção de práticas a serem potencializadas a partir de cada realidade local.

Sugestões metodológicas:

– Visitas ou aulas práticas de campo: As atividades oferecem experiências de produção agroecológica. As visitas podem ser realizadas em cooperativas, acampamentos e assentamentos. As(os) alunas(os) poderão ter um intercambio onde conheceram sobre o desenvolvimento de uma agricultura ecológica ou que respeite a natureza e saúde humana.

– Inventários de produção de alimentos na região: Esta atividade auxilia as(os) alunas(os) a conhecer que produtos são produzidos em sua região, se são utilizados agrotóxicos e sementes transgênicas, se existe práticas de agricultura alternativa ou algum processo de produção agroecológica.

– Promover feiras e mostras culturais:Esta atividade pode ser realizada entre as escolas e outros espaços ou produtoras(es) que utilizam da agricultura sustentável no local.

– Práticas de educação ou reeducação alimentar com estudantes e junto às famílias: A atividade tem como objetivo mostrar a diversificação alimentar e a valorização da comida local. É possível realizar o intercâmbio de receitas culinárias saudáveis entre as famílias, além da difusão de conhecimentos básicos sobre a nutrição, composição de alimentos e a diferença de comer e se alimentar.

É importante abordar também os malefícios de alimentos produzidos com agrotóxicos, outros insumos sintéticos e dos produtos ultraprocessados. As(os) educadoras(es) poderão utilizar formas artísticas como o teatro, literatura e canções para realizar o trabalho com as famílias ou estudantes nas escolas.

– Oficinas de recuperação da memória da arte culinária: Com essa atividade é possível incentivar que as(os) jovens aprendam a cozinhar, valorizando o ato de se alimentar e preparar os alimentos, resgatando as práticas culturais alimentares de sua região.

A atividade auxilia também as(os) alunos(as) a relembrar hábitos alimentares esquecidos, cultivando novos hábitos de alimentação saudável, na escola e junto com suas famílias. Em momentos comunitários, é possível organizar que cada família leve sua receita, compartilhe os alimentos e suas histórias.

– Práticas do PAA e PNAE: Com base no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), as educadoras(es) podem discutir hábitos alimentares e como os alimentos recebidos foram produzidos. Sugerimos também que convidem o conselho da alimentação escolar, entidades assistenciais e cooperativas de produtoras(es).

Podem ser organizadas oficinas de capacitação com as(os) educadoras(es) da alimentação escolar e todos que auxiliem no cultivo de hábitos saudáveis e na valorização do ato de comer e de preparar os alimentos.

Campanhas e lutas: Discutir em cada local atividades que podem ser desenvolvidas nas cidades como o diálogo com a sociedade na forma de agitação e propaganda. É possível buscar também apoios e possíveis articulações com conselhos ou comitês municipais de saúde, segurança alimentar e nutricional ou de alimentação escolar para fazer denúncias, campanhas e audiências públicas.

Utilizar eixos como:

Luta contra os agrotóxicos (organizar comitês da campanha nacional);
Contra o uso de sementes transgênicas na agricultura;
Contra o monopólio das agroindústrias que impõem a padronização alimentar;
Contra as transnacionais que controlam o mercado de distribuição de alimentos no Brasil;
Contra o uso de produtos ultraprocessados e conservantes sintéticos na alimentação;
Contra produzir alimentos apenas para negócio e a favor da soberania alimentar;
Contra os materiais de propaganda enganosa do agronegócio (sobre alimentação, educação ambiental); cartilhas, concursos e projetos;
Contra o uso de refrigerantes nas escolas e nas famílias;
Contra a privatização das sementes! Pela valorização, intercâmbio e reprodução de sementes crioulas como patrimônio da humanidade;
Em defesa da água como recurso natural que deve ser de todos;
Pela preservação da biodiversidade e nascentes de rios;
Contra o Projeto Escola Sem Partido;
Reforma da Previdência;
E outras tantas atividades criativas que certamente surgirão a partir da imaginação e análise das condições e potencialidades de cada local;

Campanha de arrecadação

Curitiba vai receber de 29 de agosto a 1º de setembro a 18ª da Jornada de Agroecologia. O evento divulga experiências de agricultura familiar e produção de alimentos orgânicos, entre outras atividades. Para viabilizar a edição deste ano, foi criada uma campanha de financiamento coletivo que tem como porta-voz a apresentadora de TV, Bela Gil.

Para conferir o vídeo de convite e como contribuir, clique aqui.

 

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