Chega de desrespeito. Foi com esse grito de desespero de coragem que servidores(as) públicos(as) do Paraná se reuniram hoje (08) pela manhã, em frente à Secretaria de Estado da Fazenda para protestar contra a falta de investimentos no serviço público.
Educação, saúde, segurança e meio ambiente: o governo está deixando a desejar em todas as áreas. Mesmo com o aumento dos impostos e as alterações na ParanáPrevidencia, ele alega não ter dinheiro para investir nesses setores básicos. “O governo recebeu, de fato, mais recursos com o pacotaço, mas continua deixando os servidores e os serviços públicos de lado”, relembra a secretária de Finanças da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes de Carvalho.
O ato público em frente à Sefa foi de todas as categorias. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Celso Aparecido do Nascimento, afirma que as reivindicações vão além de questões de carreira e trabalho, são estruturais. “Algumas promessas que nos foram feitas durante a nossa greve não foram cumpridas, como a contratação de técnicos. Estamos receosos até com o pagamento do nosso 13º”, enumera o presidente.
Dívidas com a educação – O governo do Estado do Paraná deve para professores(as) e funcionários(as) de escola quase 200 milhões de reais em direitos de carreira. “Com a greve, conseguimos o pagamento dos atrasados de 2014, mas o governador continua acumulando dívidas conosco durante todo esse ano de 2015. A pauta nossa é muito mais extensa, são os problemas com os temporários, os funcionários da ParanáPrevidencia e também as condições das escolas”, explica Marlei.
Faltam professores(as) e funcionários(as) nas escolas, ao mesmo tempo que paira pela categoria o temor da demissão dos mais de 30 mil professores(as) e funcionários(as) PSS. “A gente trabalha sem garantia nenhuma. Como é que vai ser o Natal? Ele vai pagar o que nos deve? Eu acho assim, se o governador vivesse um mês com o salário do PSS ele, com certeza nos valorizaria mais”, desabafa o professor PSS do Núcleo Sindical de Campo Mourão, João Rocha.
Em 2015, a categoria sentiu na pele o peso do desmonte nas escolas e em 2016 os investimentos serão ainda menores, conforme anunciando pela própria Secretaria da Fazenda: meio bilhão de reais a menos. “Esses cerca de 600 milhões que ele está deixando de investir na educação poderia atender nosso tema de reformas e construção de escolas. Temos um porcentual de colégios muito grandes com problemas estruturais que comprometem a segurança de educadores e alunos”, afirma o presidente da APP-Sindicato.