Os(as) servidores(as) públicos estaduais em greve vão realizar na próxima terça-feira (9) mais um ato unificado em Curitiba para cobrar do governador Ratinho Junior (PSD) o pagamento reposição salarial. A concentração terá início às 9h na Praça 19 de Dezembro, região central da cidade. Na sequência, os(as) trabalhadores(as) vão em caminhada até o Palácio Iguaçu, sede do governo.
“A nossa greve está crescendo a cada dia. Os servidores estão indignados com a forma como o governador tem nos tratado e precarizado os serviços públicos. Dia nove voltaremos às ruas para exigir o que é nosso por direito e, mais uma vez, defender serviço público de qualidade para todo o povo paranaense”, comenta o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.
Em greve desde 25 de junho, professores(as) e funcionários(as) de escolas e universidades, servidores(as) da saúde, segurança pública, meio ambiente e agricultura já realizaram uma manifestação no dia 1º, também na capital. Segundo o Fórum das Entidades Sindicais (FES), mais de 15 mil vieram de todas as regiões do estado.
Dois dias depois do protesto, o governador anunciou à imprensa uma proposta para pagar apenas 0,5% a partir de outubro. Imediatamente o movimento recusou a oferta, classificada como “indecente”. Ratinho Junior ainda condicionou a aplicação mediante a retirada de direitos dos(as) trabalhadores(as).
A data-base para revisão salarial do funcionalismo venceu no dia 1º de maio e a inflação acumulada no período é 4,94%. Os(as) servidores(as) também reivindicam a negociação dos atrasados. Com os salários congelados desde 2016, as perdas passam de 17%.
“Os servidores estão em greve por culpa do governo, que não apresenta uma solução para o impasse que ele mesmo criou. Nós exigimos respeito e uma proposta decente para recompor as perdas da inflação e melhorias do serviço público. Não aceitamos e não negociamos retirada de direitos”, diz a integrante da coordenação do FES, Marlei Fernandes.
O governador tem se negado a receber os representantes dos servidores e, após a reunião que teve com a imprensa, encaminhou as medidas para a Assembleia Legislativa (Alep) através de um projeto de lei que pode ser votado pelos(as) deputados(as) já na próxima semana.
Para as lideranças sindicais, a postura do governador é considerada autoritária, um desrespeito ao funcionalismo e contraria tudo o que ele prometeu. Durante a campanha eleitoral, Ratinho declarou que pagaria a data-base se reuniria com os sindicatos em um dos primeiros atos do seu governo.