Depois de ocupar a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na tarde de terça-feira (9), servidores(as) públicos do estado do Paraná seguiram em marcha até a porta do Palácio Iguaçu na manhã de quarta-feira (10). O ato teve como objetivo exigir uma resposta do governo Ratinho Junior (PSD) sobre a reposição da data-base.
Após a marcha, os(as) manifestantes instalaram barracas em frente à porta do órgão, onde prometem ficar acampados. Segundo o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, o acampamento foi transferido por conta do cancelamento da reunião do governo estadual com Sindicatos.
“Nós resolvemos transferir nosso acampamento porquê o governador Ratinho Junior ao invés de manter a reunião que estava marcada para hoje de manhã (quarta-feira) transferiu para quinta-feira pela manhã. Ele foi para Brasília ao invés de atender os servidores(as)”, enfatiza Hermes Leão.
Hermes Leão destaca ainda que o comando estadual de greve decidiu reforçar as vigílias em todos os Núcleos Regionais de Educação. “Convoquem os(as) servidores(as) de outras categorias. Chamem apoiadores, pais, mães, estudantes que lutam em defesa de um serviço público de qualidade”.
Mais de duas semanas de paralisação
Chegando a 15 dias de greve, o governador ainda não formalizou uma proposta que atende as pautas exigidas pela categoria. A greve toma força e mais de 70% de professores(as) e funcionários(as) de escolas participam do movimento. A luta é por melhores condições de trabalho e valorização dos(as) servidores(as).
Para além, outros 28 sindicatos e associações fortalecem a luta e cobra do governo, principalmente, o descongelamento dos salários do funcionalismo, que há mais de 3 anos não tem reposição, e a retirada do PLC 04/19.
Ocupação da Alep
A ocupação foi motivada pela fala de um deputado que, no decorrer da sessão plenária, fez várias provocações e insinuações sobre as reivindicações do funcionalismo. O áudio era transmitido ao vivo para os(as) servidores(as) que aguardavam do lado de fora do prédio.
Em resposta, centenas entraram na Alep ao mesmo tempo gritando palavras de ordem em defesa do pagamento da data-base e em repúdio a forma como foram tratados(as) pelo parlamentar.
Em pouco tempo, os corredores e as galerias da Assembleia ficaram completamente lotados. O deputado fugiu do plenário, mas os(as) trabalhadores(as) permaneceram no local pacificamente e acompanharam a continuidade da sessão.
Terminada a reunião dos(as) deputados(as), os(as) servidores(as) não deixaram o prédio da Assembleia e passaram a noite no local.