Professores(as), funcionários(as) de escola e estudantes estão hoje (24), no Teatro da Reitoria, em Curitiba, para o Seminário Estadual da BNCC. A APP-Sindicato se somou à Associação dos Professores da UFPR (Apufpr), à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e ao setor de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ao movimento estudantil para realização do evento, que analisa formas de enfrentamento à proposta do governo federal de instaurar uma Base Comum Curricular a todo Ensino Médio.
O professor Paulo Sérgio Vieira, secretário Executivo de Formação Política-Sindical e Cultura da APP, explica a iniciativa do Sindicato em fomentar o debate crítico sobre grade curricular. “Nós somos contrários à BNCC porque ela visa, entre outros problemas, a privatização do Ensino, uma destruição do Ensino Básico e o fim da carreira do professor. Em um dos pontos, a Base prevê que as aulas sejam ministradas por qualquer cidadão com ‘notório saber’: esse é um conceito muito amplo, muito vago e que desvaloriza o professor. Abre também precedentes, a possibilidade da existência de escolas, nos bairros mais nobres com um tipo de formação – mais completa. Já nas periferias, haverá a opção de um Ensino Médio restrito, focado na formação de mão-de-obra barata para as indústrias”, exemplifica o professor, ao explicar que a atual proposta da Base Nacional Comum Curricular tem caráter excludente.
A proposta da BNCC foi apresentada pelo governo federal ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e aguarda aprovação, antes de ser implementada nas escolas. A vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), professora Marlei Fernandes de Carvalho, defende que, com luta e resistência, é possível travar o avanço das propostas. “A CNTE tem acompanhado, em todo país, todas as mobilizações em defesa da educação pública. Nós temos ainda a condição de barrar a BNCC do Ensino Médio, com isso não teremos a nova lei do Ensino Médio, porque ela é pré-requisito. Também não precisamos no Paraná aprovar, de forma apressada, a BNCC do ensino fundamental. Discutir currículo é importante sim, mas o currículo na perspectiva da classe trabalhadora e do desenvolvimento técnico e humano dos nossos jovens”, reforça Marlei.
Educação Sim, Retrocesso não – Com a intenção de mostrar para toda sociedade os vários aspectos negativos da proposta de unificação curricular e de mudanças na educação, as entidades que organizam o Seminário, elaboraram a campanha “Educação sim, Retrocesso não!”. Uma série de vídeos, imagens e textos ilustrarão por que a BCNN é tão prejudicial e, também, como a sociedade pode ajudar a barrar esse projeto. “Nós vamos traduzir o que é a Reforma do Ensino Médio a Emenda Constitucional 95, por exemplo. Mostrar que a falta de equipamentos nas escolas e a defasagem salarial dos professores está sendo legitimada por estas propostas. A campanha que dialogar com pais, professores, responsáveis, estudantes, com jovens…é uma proposta de conscientização. Em breve lançaremos também um site com artigos e propostas para subsidiar o debate”, salienta a professora da UFPR, Mônica Ribeiro.
:: Conheça os outros materiais da Campanha Educar sim, Retrocesso não!
Durante a manhã, Análise da conjuntura nacional e paranaense: elementos para pensar os rumos da educação. No período da tarde, haverá uma análise sobre o impacto da BNCC e formação de professores, com a participação da secretária Educacional da APP, professora Taís Mendes.
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