Semeando um amanhã mais justo! Programa de Formação da APP completa 10 anos

Semeando um amanhã mais justo! Programa de Formação da APP completa 10 anos


Um trabalho feito para coletivo, para integrar trabalhadores(as) e fornecer subsídio teórico para que profissionais levem às suas cidades, escolas e ao seu cotidiano a capacidade de se indignar e de agir contra todas as formas de opressão, discriminação, exploração e violência. APP-Sindicato, sempre preocupada com a integração da categoria na luta por melhorias na educação pública e por melhorias na qualidade de vida de todos(as) os trabalhadores(as), desenvolveu um programa de formação política e sindical. Em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Programa de Formação da completa 10 anos com mais de 15 mil certificações, em todo Paraná.

Para avançar é preciso entender a história  – A formação politico-sindical no Paraná sempre foi valorizada pela APP. Desde 1993, com a então gestão Oposição dos Professores em Ação (OPA), presidida pelo professor Mário Sérgio, atual secretário da Secretaria de Assuntos Jurídicos da APP, o Sindicato já organizava e trabalhava a formação através dos cursos de Organização por Local de Trabalho (OLT). “Eu lembro que em 1995 eu fiz meu primeiro curso de OLT. A gente, líder sindical lá na base, sabia que a APP prezava muito pela luta organizada e também pela formação da sua categoria. Até 1999 havia um programa de formação específico; de 1999 até 2002 houve uma formação voltada mais para dirigentes sindicais que estavam nas direções e esse trabalho serviu para acumular forças. Então, quando a CNTE convoca o país todo para realizar esse programa de formação, isso foi desafiador e, ao mesmo tempo estimulante”, relembra a secretária de Finanças da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho.
No início dos anos 2000, a Confederação propôs um desafio a nível nacional: cada sindicato deveria fazer uma turma centralizada e  formar os (as) trabalhadores(as) dentro de uma perspectiva socialista. “Nós, em uma ousadia sem tamanho, que é próprio da APP-Sindicato, trouxemos as direções dos núcleos, fizemos um trabalho de formação e lá eles reproduziram. Foram mais de 30 turmas de formação no Estado todo. Em menos de dois anos tínhamos mais de três mil pessoas passando pela formação política, educacional e sindical da APP. Foi muito importante a iniciativa da CNTE. Nós fomos protagonistas e continuamos sendo”, afirma a professora Marlei, que na época era responsável pela Secretaria de Formação Política e Sindical da APP. “Esta proposta foi iniciada em 2007 a partir do desdobramento do Programa de Formação da CNTE, que por sua vez é resultado de uma  parceria com Sindicato de Educadores da Suécia, o Lärarförbundet. A UFPR, ao tomar conhecimento da iniciativa da APP em oferecer formação política sindical para toda categoria não hesitou em fazer do mesmo um projeto de extensão, oferecendo caráter acadêmico e certificação ao processo formativo. Do muito que fizemos de lá para cá, talvez um número expresse a grandiosidade e reconhecimento de nosso programa de formação: são mais de quinze mil certificados emitidos neste período”, explica o assessor de formação da APP-Sindicato, Edmilson Feliciano Leite.
O reconhecimento da ação pioneira na organização sindical são os frutos dessas sementes espalhadas com cuidado e muito planejamento. Se hoje, o programa de formação da APP recebe elogios por sua consistência formativa é devido ao trabalho de uma grande equipe de educadores(as) e lideranças políticas ao longo dos anos. A parceria da APP-Sindicato com a UFPR garante a produção conteúdo e certificação necessária para o avanços de progressão na carreira dos(as) participantes. A coordenação acadêmica iniciada com a professora Tais Moura Tavares e, hoje assumida pela, professora Rosemary Trojan.
“Fui secretário de Formação da CNTE desde 2005. A avaliação que eu sempre fiz do trabalho da APP é uma das entidades que mais se destacou, nessa trajetória. Pela densidade na elaboração dos fascículos de cada eixo, a APP é um exemplo de produção teórica. Um outro elemento importante é que a APP ampliou enormemente o número de participantes do programa”, menciona um dos atuais dirigentes da CNTE, Gilmar Soares, ao avaliar o trabalho desenvolvido no Paraná.

Formação classista e permanente para interpretar o mundo –  Ao analisar a trajetória de sucesso, construída por muitos(as) trabalhadores(as) que a atual secretária de Formação da APP, professora Janeslei Albuquerque,  que fazer formação política no Paraná é fazer avançar a consciência de que professores(as) e funcionários(as) de escola são trabalhadores(as) e estão a mercê de uma onda de governos neoliberais que promovem ataques direitos aos direitos da categoria. “O bom resultado das nossas greves, que são reconhecidas aqui e lá fora, é porque acumulamos forças e avançamos no processo de formação de consciência. Muito do que a APP é hoje é fruto desse processo de formação e consideremos esse Programa de Formação central a nossa organização Sindical”. 

“Arrancar cada direito, resistir e fazer a luta é mérito de  quem se apropriou da história da luta da entidade. Concurso e carreira não caíram do céu. Entender a caminhada que fizemos e como cada direito foi construído e fazer avançar a consciência de classe. Nós não somos burguesia somos classe trabalhadora, quanto mais entendemos, mais temos condições de lutar”, avalia a professora Janeslei
Para além do Sindicato, para a sociedade – Quem participa dos cursos de Formação da APP nutre-se de embasamento tanto para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, no interior das escolas, quanto para disseminar o trabalho sindical, na sociedade. “Eu participei da primeira turma do programa de formação, era direção no Núcleo de Campo Mourão. Foram três anos de formação, onde éramos os multiplicadores, vínhamos para Curitiba nas etapas estaduais e tínhamos que levar esse conteúdo para as atividades do Núcleo. Esse espaço para debate e aprendizado você não encontra em outros lugares. Você não encontra na faculdade, não encontra no cotidiano escolar, muito menos nos cursos de formação da mantenedora. O espaço de entender a luta de classes, a organização escolar é no espaço de formação. Esses 10 anos marcam uma geração”, analisa ao refletir a história da APP, a secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Walkira Olegário Mazeto.
Ao longo do tempo, a APP abriu as aulas do Programa de Formação em debates por eixos. Assim, as questões de gênero, racismo, homofobia, a carreira dos(as) funcionários(as), e a atuação dos(as) aposentados(as) passaram a ser temas de análise, produção teórica e prática. “Dentro destes 10 anos, esse programa trabalhou com vários desenhos organizativos, sempre na busca de como podemos aprofundar nossas discussões e alcançar o professor, a professora, o funcionário e a funcionária que está lá na escola. Como é a linguagem que devemos usar? Como fazer que esse profissional entenda e se perceba dentro das questões sociais”, comenta a professora Walkíra. sobre o processo de organização do Programa.
A representatividade dessa grande escola de Formação é outra das boas sementes que frutificaram nesses 10 anos de atividades. “O histórico da participação dos funcionários nos cursos de formação da APP-Sindicato é, muito linda. Antes de 2008, os funcionários não tinham plano de carreira e o Estado não oferecia nenhum curso para qualificação desses profissionais. Com a luta da APP-Sindicato, foi conquistado o Plano de Carreira dos Funcionários de Escola, no dia 3 de setembro de 2008. A partir desta data, começa então, uma nova trajetória na vida desses profissionais. E, com isso, há necessidade de estudarem e fazerem cursos de formação. No início de 2013, o nosso Núcleo Sindical tinha 50% dos cursistas como funcionários de escola. É graças a essas formações que os profissionais da educação que hoje a gente consegue ter várias lideranças sindicais atuando nas escolas e nas direções da APP”, comenta o funcionário de escola e presidente do Núcleo Sindical de Campo Mourão, Ironei de Oliveira.

Nesse último sábado (29), durante a celebração do aniversário de 70 anos da APP, foi lançada a etapa 2017 do Programa de Formação. Com o tema geral “APP 70 anos: Trabalho, Formação e Luta pela Educação Pública”, o programa contará com 11 temas que o Núcleo irá ofertar de acordo com a procura e suas condições de realização, cada um com 32 horas de percurso formativo.

TEMA Carga horária
1. – História de lutas da APP e a história de lutas da Classe 32
2. -Organização por Local de Trabalho (OLT) e Gestão sindical; 32
3. – Gestão democrática na educação; 32
4. – Diversidade de gênero, relações étnico-raciais e direitos LGBT; 32
5. – Juventudes, caminhos para participação e organização; 32
6. – Municipais: organização e luta 32
7. – Comunicação sindical 32
8. – Funcionário/a de escola, mas trabalhador/a da educação: identidade e luta 32
9. – América Latina: integração, autodeterminação e soberania 32
10. – Aposentados/as da APP-Sindicato – luta e resistência 32
11. – Formigueiro da educação: Direito, trabalho e Democracia 32

Quer fazer parte dessa história de formação de conhecimento e disseminação de ideais para uma sociedade mais justa? Obtenha informações e inscrição no Núcleo Sindical de sua região ou pelo portal da APP-Sindicato

:: Inscrições para o Curso de Formação Etapa 2017, aqui

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