Estudantes do curso de Enfermagem do Colégio Estadual Guido Straube, em Curitiba, protestaram em frente à Secretaria da Educação (Seed) na tarde desta sexta-feira. Eles reivindicam a contratação imediata de professores(as) para que possam concluir os cursos e começar a trabalhar.
“O que a gente quer é um processo simplificado novo, um contrato emergencial para termos esses professores na escola”, diz Jennifer Strapasson, aluna do segundo ano.
A falta de professores está atrasando a formatura de cerca de 300 alunos, na estimativa de Jeniffer. Há alunos que concluíram a parte teórica do curso em 2019 e ainda não puderam fazer o estágio e se formar. “Muitos alunos já desistiram. Na minha turma eram 28 alunos e hoje são 17”, conta.
Sem professores(as) responsáveis pelos estágios, os(as) estudantes estão impedidos de concluir sua formação e começar a trabalhar. “A gente fica sob a responsabilidade deles, por isso os hospitais não aceitam alunos para estágio sem o(a) professor(a) responsável”, explica Jennifer
Os(as) estudantes fizeram outra manifestação na quinta-feira (24). Depois disso a Seed publicou no Instagram e no Facebook um edital antigo de seleção de professores. A medida irritou os(as) estudantes, que exigem um novo edital para contratação emergencial “O que fizeram não adianta nada, pois vão chamar os(as) mesmos(as) professores(as) que não quiseram pegar as aulas”, diz Jennifer.
Desvalorização
A falta de valorização dos(as) professores(as) é a principal causa dos problemas no Guido Straube, aponta Jennifer. “O professor está sendo muito desvalorizado e não é de agora. O professor de Enfermagem tem opções para trabalhar. Se não der aula, vai para dentro do hospital”, afirma. Ela relata que o Guido Straube tem professores(as) excelentes, que estão desistindo de lecionar pois não são valorizados(as).
Os estudantes cobram da Seed a contratação de professores(as) desde o ano passado, quando receberam a promessa de que o problema estaria resolvido em 2022. “Prometeram e não cumpriram. Queremos professores em sala de aula. Ano passado tivemos a promessa e agora estamos sendo tratados como palhaços. Queremos uma atitude do secretário da Educação”, afirma o estudante Leandro Marinho.
Os baixos salários e a exigência de taxas para se inscrever tem afastado os(as) professores(as) de Enfermagem dos processos seletivos simplificados, considera o estudante Pedro dos Santos. “Ano passado o salário dos nossos professores estava três meses atrasados. A gente teve que fazer manifestação para acertarem esses pagamentos. No final do ano três professores desistiram”, relata.
Pedro defende a contratação emergencial de professores(as) para resolver o problema. “Estamos sem professor na minha turma, assim como quatro turmas de quarto ano e duas do terceiro ano. A gente precisa de uma contratação de emergência, com urgência”, diz. “O que estão fazendo é uma falta de respeito com os alunos e mostra que eles não têm consideração nenhuma pela educação”, completa.