A semana começou com mais uma notícia lamentável. O calendário escolar para 2018 da rede pública estadual de ensino foi apresentado para a sociedade por meio de uma publicação no Diário Oficial (Resolução 4685/2017), na última segunda-feira (25). O que gerou estranheza foi a promulgação ter sido feita sem o menor debate com a categoria. O resultado da falta de diálogo é uma programação letiva repleta de problemas.
Já na distribuição de aulas, prevista para o início de fevereiro, a Secretaria do Estado de Educação (Seed) estipula que o momento de organização letiva seja feito durante as férias e contado como recesso para professores(as). A secretária educacional da APP-Sindicato, professora Walkiria Olegário Mazeto, analisa as discrepâncias do cronograma. “A Seed está desrespeitando a trajetória que se tinha de debate nas escolas com a comunidade escolar antes da apresentação do calendário. Arbitrariamente impõe um calendário sem ouvir quem o executará. Sabemos que isso é um grande engodo, visto o desrespeito e a desorganização que ocorreu na distribuição de aulas de 2017, quando os professores não tiveram direito ao recesso, pois ficaram dias a fio esperando para a atribuição das aulas”, relembra.
Outra falha no calendário é a previsão de dois sábados letivos para planejamento pedagógico e a Seed está considerando o fechamento do ano letivo como um momento de aperfeiçoamento de professores(as). A APP-Sindicato é totalmente contrária à esta imposição, pois o fechamento dos registros do ano letivo pode e deve ser feito durante o momento da hora-atividade. “Já não basta reduzir a hora-atividade, agora a Seed penaliza os professores mais uma vez retirando dele a possibilidade de realizar os planejamentos durante a semana e sacrificar o sábado onde muitos têm outras atividades já programadas”, argumenta a professora Walkíria. A medida não só penaliza professores(as) e funcionários(as), como penaliza a escola que não tiver como contar com o total dos(as) seus(suas) profissionais no momento do planejamento das atividades escolares.
A APP-Sindicato reforça que já cobrou da Secretaria uma reunião para tratar especificamente do tema e orienta que as direções das escolas, professores(as) e funcionários(as) entrem em contato com o seu Núcleo Regional de Educação e com a Seed para exigir a revogação e que insira a categoria dentro do debate democrático.