A sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), localizada na Vila Madalena em São Paulo, foi pichada no sábado (12). O ataque tem relação com as manifestações populares do último domingo (13), onde manifestantes foram às ruas protestar contra o governo petista. “Reflete o que temos visto nos últimos dias, essa polarização política na sociedade apoiada no ódio e na intolerância e não no debate público. Isso demonstra que estamos do lado certo, lutando a favor da democracia, contra o ódio e a intolerância”, disse a presidenta da UNE, Carina Vitral.
Os ataques rememoram um período duro da história do país, a última vez que a sede da UNE foi atacada, foi em abril de 1964, às vésperas do golpe militar. Nas paredes do local, palavras como ‘vendidos’ e ‘mortadelas’ foram grafadas pelos vândalos. Ainda no final de semana, representantes da entidade registraram um boletim de ocorrência. No domingo não foram registradas novas tentativas de ataque contra a sede, no entanto, tanto os(as) estudantes, quanto os movimentos sociais seguem preocupados com ataques semelhantes neste período de acirramento de tensões.
Confira a carta da UNE sobre o ato de vandalismo:
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“Podem nos prender, podem nos matar, mas um dia voltaremos, e seremos milhões”.
Honestino Guimarães
Nessa manhã do dia 12 de março de 2016, a sede das entidades estudantis – UNE, UBES, UEE-SP, UPES e ANPG, foi atacada com pichações agressivas, carregadas de ódio e intolerância.
A última vez que isso aconteceu foi às vésperas do golpe militar, quando a casa do poder jovem, como era chamada a sede das entidades estudantis, na Praia do Flamengo – 132 – RJ, foi incendiada, sendo a primeira ação da ditadura militar, em 1964. Escolheram a sede das Entidades, pois representava a trincheira da resistência, esperança e liberdade.
A democracia é uma conquista inegociável para os estudantes, que resistiram à ditadura militar, foram perseguidos, colocados na clandestinidade, muitos assassinados e desaparecidos. Porém, a repressão não impediu que lutassem e conquistassem a democracia, junto com o povo brasileiro.
A tentativa de, mais uma vez, interromper um ciclo democrático nos impõe a tarefa de defender a democracia, contra o golpe em curso. Repudiamos toda a ação violenta e qualquer tentativa que ameace a democracia e liberdade. Não nos curvaremos a mais esse ataque, seguiremos firmes na luta, junto com o povo, ocupando as ruas e avenidas por mais direitos.
Somos milhares de Honestinos e Heleniras, venceremos!
Com informações de: UNE e Agência Brasil