Deputados(as) estaduais e servidores(as) públicos estiveram hoje (05) no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) para acompanhar a prestação de contas do Estado referente aos primeiros quatro meses de 2019. O porta-voz do governo na ocasião foi o secretário de Estado da Fazenda (Sefa) Renê Oliveira Garcia Junior.
De acordo com dados apresentados, a receita total no período foi de R$ 16,9 bilhões, uma queda real de 0,8%. O secretário afirmou que os gastos com saúde e educação são o que consomem a maior fatia da arrecadação e antecipou: “eu e o governador estamos antevendo uma crise e vamos garantir que o aumento das despesas não comprometa a saúde financeira do Paraná”. A fala gerou estranheza em alguns deputados(as) e nos representantes do FES que acompanhavam a sessão. “Acredito que o senhor deveria sentar com o governador e conversarem sobre os números porque o que está sendo apresentado aqui não bate em nada com as falas e propagandas de crescimento feitas pelo governador”, sugeriu o deputado estadual Requião Filho (MDB).
O deputado estadual Professor Lemos (PT) foi o primeiro a fazer um apelo em relação a possibilidade do Estado descumprir, pelo quarto ano consecutivo, a lei que determina o reajuste da inflação aos(às) servidores(as). “Precisamos de ajuda da Sefa para repor a data-base, pelo menos o mínimo acumulado nos últimos 12 meses. Caso isso não ocorra, vamos criar uma situação insustentável. É preciso lembrar que muitas categorias já decretaram um estado de greve diante dessa situação”, salientou Lemos ao pedir o pagamento do reajuste de 4,94% referente aos últimos 12 meses de defasagem.
A apresentação das contas terminou diante de vaias e palavras de ordem vindas do Plenário. O Fórum contesta muitas das informações apresentadas pelo secretário e, agora à tarde, se reunirá em Plenária para planejar a contra-argumentação matemática e política. O FES reitera que o Estado tem condições de pagar o que é devido ao funcionalismo e que as categorias continuarão seus atos e mobilizações revindicando o direito à recomposição salarial.
“Hoje ouvimos muitas mentiras e dizemos isso com muita tranquilidade e responsabilidade porque estudamos os números divulgados pelo próprio governo. O que esse secretário fez hoje foi tentar instaurar o terrorismo dizendo que se o funcionalismo não abrir mão do que é direito, que o Paraná vai quebrar. Essa culpa não é do trabalhador. Na propaganda da televisão e nos portais o Paraná está uma maravilha. Não vamos aceitar e vamos tirar uma data para as categorias tirarem uma greve por tempo indeterminado. Esse é o recado que queremos passar ao governo”, afirma da coordenadora do FES, professora Marlei Fernandes de Carvalho.