O final deste dia de sábado (27), para a educação paranaense da rede pública, culminou com o encerramento do “Seminário Assédio Moral, Condições de Trabalho e Adoecimento”, na sede da APP-Sindicato, em Curitiba (PR). Aprendizado e troca de conhecimento com casos da vida real e consequências que atingem aos(às) envolvidos(as) no contexto. Quando debater é uma ferramenta fundamental para assuntos coletivos da categoria. O encontro se encerra, mas, os reflexos permanecem para a vida. Nossa voz é o que nos fortalece!
A tarde foi iniciada com a apresentação dos grupos formados para realizar a Oficina – “Elaboração da Matriz de Processos Críticos da Saúde dos(as) Professores(as)”. Uma conclusão apontada por participantes foi justamente sobre o assédio sentido na prática. Para exemplificar, a não participação de todos(as) os(as) interessados(as) no Seminário ocorreu porque muitos(as) estavam dedicados(as) às suas atividades do magistério. É uma ironia que já mostra minimamente o que os(as) educadores(as) passam e se privam para adaptar a sua rotina aos ambientes escolares. Quais os reais motivos de não ter liberações do governo do Paraná em momentos como aprendizado e greves?
Energia, descontração e leveza precisam estar presentes na vida dos(as) educadores(as), entre tantos outros pontos de conflito que necessitam ter mais espaço para debater. Afinal, muitas vezes, o medo (tão presente nos depoimentos), faz com que o(a) profissional se sinta sozinho(a) e, na verdade, os(as) trabalhadores(as) da educação formam um coletivo. É uma categoria!
Estresse, ansiedade, sono, problemas nas cordas vocais e a opressão sentida na pele foram palavras citadas constantemente durante a Oficina. Relações do poder no sistema capitalista pela hierarquia no Estado também foram citados e justificados como o modelo presente nas escolas decorrente dessa carga histórica. O processo de adoecimento na categoria ganha espaço a cada ano – e o encontro ressaltou isso com a tarefa contínua para o futuro de todos(as). Fortalecer o que nos protege e combater e o que nos abala!
O secretário da Saúde e Previdência da APP, Ralph Wandpap, disse que espera que este Seminário renda muitos frutos. “Que possamos fazer o combate ao adoecimento e ao assédio, pois ambos estão relacionados”.
Ao final do encontro, o presidente da APP, professor Hermes Silva Leão, apontou alguns dos direcionamentos que foram pensados pelo Sindicato após os questionamentos apontados no Seminário. Pontos como um estudo no campo jurídico de uma ação coletiva para assédio moral para divulgar como ferramenta de denúncia, elaboração de um relato mais dirigido para uma cobrança dentro do governo com espaço de mediação necessária, orientação da continuidade dos espaços de estudos e uma comissão de combate ao assédio moral.
