Atendimento precário, superlotação e dificuldades para agendar consultas pelo Sistema de Assistência à Saúde (SAS) têm marcado a experiência de educadores(as) que precisam realizar consultas e exames na Santa Casa de Curitiba.
O Hospital passou a atender a macrorregião de Curitiba e Litoral em fevereiro de 2020, após vencer processo licitatório, retirando o atendimento da Cruz Vermelha. A Secretária de Saúde e Previdência da APP-Sindicato tem recebido um número crescente de denúncias sobre a piora dos serviços depois da mudança.
A APP lamenta que, um ano e nove meses após assumir o atendimento, a Santa Casa não consiga garantir dignidade aos(às) servidores(as) já fragilizados(as) por problemas de saúde.
“No início, quando a Santa Casa assumiu o SAS (fevereiro de 2020), eles chamaram a gente para reunião e prometeram que seria tudo maravilhoso. Mas infelizmente ganharam a licitação com um valor baixo e agora não têm capacidade de atender a demanda ”, afirma Ralph Wendpap, secretário de Saúde e Previdência da APP.
“Nós orientamos as pessoas a fazerem denúncias na Ouvidoria do SAS, pois a única forma de o Estado atender a gente é reclamando lá e eles precisam saber que existem esses problemas”, afirma Ralph Wendpap, secretário de Saúde e Previdência da APP. “A gente quer ser bem atendido e o Estado está pagando por isso”, completa.
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O desrespeito aos(às) servidores(as) se concretiza em casos como o de Adriana Aparecida de Pontes, agente educacional II na escola Estadual Deputado Aníbal Khury, em Guaratuba.
Ela sofre com dores e espasmos musculares, com causas ainda não identificadas, e teve dificuldade para agendar os exames pedidos pela médica. “Liguei no SAS para marcar os exames e disseram que só poderiam agendar para o final de novembro. Então eu só poderei voltar na médica no ano que vem. É um absurdo, pois tenho três crises de dor por dia”, afirma Adriana.
Adriana fez uma reclamação na Ouvidoria do SAS no dia 8 de novembro, mas só teve resposta nesta semana. “Disseram que vão remarcar uma consulta com a médica depois que eu tiver os exames na mão. Só isso”, relata. A situação causa estresse e agrava as crises de dor e espasmos musculares.
“Estou doente desde julho. Em agosto fui na emergência do SAS em Guaratuba, o médico fez um encaminhamento para o psiquiatra, mas meu problema é neurológico. Não consigo nem andar, mas o SAS acha que eu estou bem”, afirma. “Em outubro piorei e um médico disse que o problema é neurológico. Vim pra Curitiba, pois no Litoral não tinha um bom atendimento, só que aqui também não tem”, lamenta.