Escritora Ruddy Pinho | Brasil | APP-Sindicato

Ruddy Pinho | Brasil


Falar de Ruddy Pinho também é retratar o Brasil com as suas características e que apresenta uma enorme diversidade paisagística, econômica e cultural

O Brasil é rico na sua literatura e com escritoras que ganham voz e vez. No mês de março, a Agenda da APP 2023 trouxe a trajetória de Carolina Maria de Jesus, com dicas para serem trabalhadas nas diversas disciplinas escolares, além de curiosidade sobre filmes e músicas.

Agora, no mês do Orgulho LGBTI+, reforçamos a brasilidade com a escritora transexual Ruddy Pinho, que faleceu em fevereiro de 2021, e deixa sua arte e suas obras literárias para se somar a esse universo versátil.

Confira o jornal Mural da APP de 2023


Confira o trecho da entrevista do portal O Tempo que aborda o lançamento do livro “Nem tão Bela, nem tão Louca”, por Soraya Belus

SB: Você nunca se escondeu atrás do estigma do preconceito?

RP: Eu sempre fui muito apontada, desde criança. Muitos diziam: ‘ai, que lindo, mas é gay’. Depois, quando me assumi mulher, me apontavam porque falavam olha lá a louca. E eu nunca fui tão bela, porque faço mesmo é a beleza dos outros; nem tão louca, porque criei um filho que hoje é adulto e um ser humano maravilhoso. Prefiro dizer o que eu mesma vivi do que esperar alguém fazer isso por mim em tom de acusação.

Sobre a escritora:

Viveu até os 19 anos em Belo Horizonte, quando foi presa durante a ditadura militar. Depois disso, mudou para o Rio de Janeiro e, nas décadas de 1970 e 1980, reinou como cabeleireiro somando-se ao lado artístico e de escritora.

Em meados de 1985 foi para a Europa e, na Dinamarca, fez a cirurgia de mudança de sexo, retornando e ficando como A Maravilhosa – assim gostava de ser chamada. 

Paralelo à profissão de cabeleireira, que desde os seus 16 anos brilhou com as tesouras nas mãos, seu salão em Ipanema atendia artistas famosos(as) da dramaturgia, escreveu dez livros e atuou em três filmes, entre eles Navalha na Carne (1997), de Neville d´Almeida. Seu último trabalho como atriz foi “Divinas Divas”, com Jane di Castro e Rogéria.

Sobre suas obras:

Ruddy Pinho é a primeira transexual a ter um livro publicado no Brasil.  Suas temáticas retratam as dificuldades do mundo LGBTQIA+, as perseguições homofóbicas da Ditadura Militar, traçando assim um panorama histórico do Brasil. 

Com uma linguagem simples, objetiva e direta, mas sempre glamurosa e irônica, discute as dúvidas, angústias e problemas que sempre a acompanharam quanto à indefinição de gênero.

Beleza e loucura, aliás, constam no próprio título de sua última obra publicada (“Nem tão Bela, nem tão Louca”, de 2007), onde envolve reflexão sobre ser e lutar para existir.


Principais obras:

Liberdade ainda que profana (1998)

In…confidências Mineiras e outras Histórias (1999)

Nem tão Bela, nem tão Louca (2007)


 

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