Vivemos um dos piores períodos da história brasileira. Desde 2015, quando começou se organizar o golpe no Brasil, falávamos que não era um golpe na Presidenta Dilma, e sim na sociedade e na classe trabalhadora.
Num verdadeiro acerto de contas com a Constituição de 1988, o governo ilegítimo caminha na direção de reformas estruturais de caráter neoliberal, visando comprometer o país com uma trajetória de longo prazo de redução do papel do Estado na economia, esvaziamento das políticas sociais e preservação das receitas provenientes dos lucros.
Trata-se de fragilizar a democracia brasileira, acabar com os direitos da classe trabalhadora com as reformas trabalhista e Previdenciária e promover o desmonte do Estado brasileiro com privatizações de nossas empresas estatais, a aprovação da PEC 95 que congela os gastos sociais por 20 anos, ou mesmo com a reforma do ensino médio.
Neste ano a CUT realizou a 15ª plenária Nacional, com o tema “100 anos depois a luta continua”, celebrando 100º aniversário da Revolução Russa e da primeira Greve Geral no Brasil. Em 1917, a reivindicação central da classe trabalhadora no Brasil eram direitos básicos, como 13º salário e férias – direitos que estão sendo retirados por meio da reforma trabalhista. Esta reforma aniquila com a organização sindical brasileira, enfraquecendo os sindicatos e seu poder de negociação e representação, rompendo com os princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de liberdade e autonomia sindical.
Neste momento de profundo retrocesso, a CUT tem cumprido um papel protagonista em organizar a luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia, preservando a unidade com os movimentos sociais, pois sabemos que só com solidariedade de classe podemos avançar em direitos.
Portanto, o horizonte de atuação do movimento sindical não pode se restringir às lutas salariais. A resistência à forte agenda de retrocessos que vem sendo imposta somente será possível através de uma atualização e renovação das estratégias de comunicação e mobilização.
A CUT acerta novamente em propor a Campanha Nacional pela Anulação da Reforma Trabalhista, cujo principal instrumento é um abaixo-assinado em apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) que revoga- ou seja, anula- a lei aprovada por Temer.
É tarefa central de todo o militante sindical combativo dialogar com os trabalhadores nos locais de trabalho e em seu local de moradia para coletar o máximo de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (http://anulareforma.cut.org.br/).
No dia 08 de novembro, a CUT irá a Brasília em uma grande Caravana Nacional, para protocolar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Anulação da Reforma Trabalhista, juntamente com as assinaturas recolhidas por todo o país em apoio ao projeto.
No dia 10 de novembro, de norte a sul do país, a CUT em conjunto com as demais centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, ocupará as ruas para defender os direitos da classe trabalhadora, combater as reformas trabalhista e previdenciária, por meio de paralisações nos locais de trabalho e atos públicos em praças e avenidas.
Vamos demonstrar para a direita brasileira, para o governo golpista, para o congresso nacional e empresários, que os movimentos sociais e sindical deste país não abrirão mão dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
A base cutista neste dia estará nas ruas com toda a sua capacidade mobilizadora, tremulando nossas bandeiras vermelhas, com muita garra, energia e determinação, na defesa de nossos direitos. Continuamos lutando e almejando uma sociedade justa, igualitária e profundamente democrática!
Seguimos em luta defendendo nossos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários!
Artigo escrito pela Secretária Adjunta do Combate ao Racismo da CUT Nacional, Rosana Fernandes
Fonte: CUT