Recordar é viver. Reavivar a memória é dever e nos faz avaliar o que passamos para apontar caminhos para o futuro. Assim, segue a linha do tempo da APP-Sindicato neste ano. De janeiro a dezembro, foram dias de enfrentamentos e de muito aprendizado lutando por direitos, melhoria na qualidade da educação pública, contra os retrocessos e desrespeito aos(às) profissionais da educação no Brasil.
Quando o ano inicia com o pagamento da data-base, repondo a inflação referente a 2015, o que garantiu o zeramento da inflação do período, a impressão deveria ser de que os embates poderiam ser menores, principalmente pelo cumprimento de um direito estabelecido em lei.
No entanto, os desdobramentos mostraram que a realidade sonhada não foi alcançada. Propostas foram encaminhadas e abertas às negociações, mas, como é possível dialogar com respostas positivas quando o governador Beto Richa (PSDB) novamente não cumpre o que promete.
A Caravana pela Educação, realizada pela direção estadual e pelas direções regionais, foi outro marco importante de luta. Mais de 1000 escolas visitadas em todo o Estado realizando atividades em 26 Núcleos Sindicais, de 7 de julho a 30 de agosto. Sim, um instrumento de resistência a um período intenso para a categoria em que o governo pune os(as) servidores(as) e ameaça retirar os direitos.
Mais um gargalo que culminou na greve de 17 de outubro a 01 de novembro, dos(as) professores(as) e funcionários(as) de todo o Paraná. Foram 15 dias de denúncias da quebra de compromissos assegurados por lei. A APP continuou em ação, pois o encerramento da greve não significou que o calendário de mobilizações contra a retirada de direitos dos(as) educadores(as) e estudantes se encerrou, ao contrário, ações e movimentações recheiam a pauta de atividades da APP.
Agora, olhos abertos para temas que seguem em tramitação e que estão prestes a ter novos encaminhamentos. Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55, antiga PEC 241) – corte de investimentos públicos, a Medida Provisória (MP 746) – Reforma do Ensino Médio, o Projeto de Lei da Câmara (PLC 54, antigo PLP 257) – Renegociação das Dívidas dos Estados, e o Projeto de Lei (PL 867/16, Lei da Mordaça) – “Programa Escola Sem Partido”. Para o atual governo do presidente Michel Temer (PMDB) acredita-se que é uma forma de “reequilibrar” as contas públicas. Nossa resposta à ameaça de retrocesso será muita luta e resistência.
O momento é de reflexão para entrar em 2017 com novas diretrizes e caminhos a seguir. Pedras vão existir, mas com a união da categoria e dos(as) profissionais da educação, lutaremos contra os ataques. Coletividade é a palavra mestra!
Matéria publicada na edição 207 do Jornal 30 de Agosto