O Seminário Estadual de Conjuntura encerrou-se neste domingo (05). Com a participação da professora doutora Andreia Gouveia, foi debatido o atual cenário político nacional e como isso afeta a educação no país. O evento analisou que o período é de muita resistência e que a categoria precisa intensificar o trabalho de base, com visitas às escolas, conscientização dos(as) educadores(as) e da comunidade escolar.
A professora Andreia, que leciona na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atualmente é presidente da Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação -, analisou as políticas adotadas na área da educação nos últimos anos, destacando a discussão curricular e as medidas que estão sendo adotadas pelo Ministério da Educação, chefiado por Mendonça Filho. Para ela, “o debate sobre a educação está coordenado por alguém que olha para a base com a possibilidade de controle da escola, seja pelo mérito, no conteúdo e nos indicadores que enfatizem a responsabilização do professor. Isso mostra a necessidade do debate de enfrentamento urgente”, disse.
Além disso, a educadora destacou a importância do debate sobre a educação ser feito junto ao sistema como um todo. “Se olharmos para experiência da saúde, que está na 23ª conferência, precisamos pensar que demoramos muito no processo de reconhecimento de que a gestão democrática não tem que ser só dentro da escola, mas também junto com o sistema”, explicou. A professora também destacou que a educação não pode abrir mão das conquistas dos últimos anos e que é preciso organização e força para fazer mobilização na rua e onde mais for necessário.
A secretária executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Lirani Maria Franco, também participou da mesa de debates e criticou a ação do ministro de Educação de receber Alexandre Frota, alguém que não é vinculado às lutas pela educação e já demonstrou desrespeito e violência pelas mulheres em uma entrevista de televisão em rede nacional. “Nós temos entidades que defendem e debatem a educação pública e de qualidade social, mas não são essas organizações que são chamadas para debate no Ministério. São recebidos aqueles que defendem ‘escola sem partido’. Isso já demonstra o grau de enfrentamento que precisaremos ter. Esse golpe agora pra nós é um golpe contra o processo de construção social. Nós estamos diante do golpe contra a construção de participação e contra políticas educacionais”, colocou. “Temos que continuar fazendo o que já estamos fazendo: enfrentamento, resistência e luta”.
No final do debate, foram apresentados algumas ações para o próximo período:
10/06 – Dia Nacional de Paralisação. Será dia de mobilização nas escolas, com debates e panfletagens. Serão disponibilizados no site da APP vídeos para subsidiar o debate e um panfleto para ser reproduzido pelos Núcleos Sindicais.
24 e 25/06 – Conselho Estadual da APP-Sindicato e Assembleia Estadual, respectivamente. Até essas datas, os Núcleos Sindicais devem organizar Conselhos e/ou Assembleias Regionais para avaliar o atual momento político nacional e estadual. Os encaminhamentos dos debates devem ser trazidos para debate no Conselho e Assembleia Estadual.
Também serão avaliadas as datas para a realização da segunda etapa do Congresso Estadual da APP-Sindicato. Foram apresentadas as seguintes opções: 12 a 14 de novembro de 2016 ou 25 a 27 de novembro de 2016.
– Organização nas escolas e nos Núcleos Sindicais de comitês contra o golpe e em defesa da democracia e da educação pública.
– Acompanhamento e participação nas mobilizações dos calendários de lutas da Frente Brasil Popular e da CNTE.