Nesta segunda-feira (3), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) realizou em Brasília (DF) a reunião do seu Coletivo de Comunicação, com a participação de representantes de sindicatos filiados. A jornalista e especialista em marketing político, Nicole Briones, que é Superintendente de Comunicação Digital e Mídias Sociais na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), fez uma palestra sobre a comunicação no campo progressista.
Na avaliação da Nicole Briones, Lula é um ator político há quase 50 anos e ainda sim há dificuldade de reproduzir o que ele fala. “As pessoas se uniram para derrotar o Bolsonaro, que o viam como uma figura nociva, e agora esse período acabou. Chegamos ao governo e o desafio está colocado”, relata.
A especialista em marketing lembra que saímos das últimas eleições com uma margem muito pequena de diferença com o candidato derrotado e a educação é um campo importante de disputa de narrativa. Ela recomenda que as entidades sindicais precisam ouvir todos os atores envolvidos, estudantes, professores e os pais. “São os pais que estão cooptados pelo bolsonarismo. Então precisamos pensar em como conquistar essas pessoas que podem sim mudar de posicionamento, com muita escuta”, pontua.
A secretária geral da CNTE, Fátima Silva, explicou que há um diálogo da CNTE com pais e estudantes, na busca por uma educação pública de qualidade. “A Ubes tem se posicionado pela revogação do novo ensino médio. Por parte dos pais o debate que muitos trazem é sobre os filhos não poderem ficar em horário integral porque eles poderiam trabalhar pra ajudar em casa”, relatou.
Fátima Silva também criticou a nomeação de gestores bolsonaristas em áreas estratégicas dentro do Ministério da Educação (MEC): “Colocaram os mesmos gestores que forjaram o golpe. Hoje vão rever e revogar, porque a pressão de educadores e educadoras que fez o governo voltar atrás”.
Fake News
A assessora de comunicação da CNTE, Ana Paula Messeder, apresentou um relatório da Net Lab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que aponta o crescimento das chamadas fake News nas plataformas sociais, que se acentuou nos últimos dois anos.
O secretário de comunicação da CNTE, Luiz Carlos Vieira, avalia que a falta de sindicalização pode ser atribuída em parte a esse cenário de disseminação de conteúdo falso e que os sindicatos precisam reavaliar suas expectativas e estratégias: “Publicamos um chamado nas redes e pode até ter bastante compartilhamento mas isso não se reflete em resultados, em pessoas comparecendo às ações ou se sindicalizando”.
A reunião será retomada nesta terça (4), com a troca de experiências entre as comunicações dos sindicatos.
>> Acesse a galeria de imagens na página da CNTE no Facebook – Fotos Renato Braga
Fonte: CNTE