Racismo e preconceito de classe nos jogos escolares de Paranavaí merecem resposta dura do Estado

Racismo e preconceito de classe nos jogos escolares de Paranavaí merecem resposta dura do Estado

“Torcedores(as)” de escolas particulares agrediram verbalmente estudantes, em sua maioria negros(as), do Colégio Estadual Flauzina Dias

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A APP-Sindicato tomou conhecimento dos fatos lamentáveis ocorridos na etapa municipal dos Jogos Escolares em Paranavaí. Estudantes, em sua maioria negros(as), do Colégio Estadual Flauzina Dias, foram alvos de manifestações racistas e aporofóbicas (contra pobres), de torcedores(as) de escolas particulares em duas ocasiões, com expressões como “macaco” e “favelados”, dentre outras.

O primeiro incidente ocorreu quando disputavam com estudantes do Colégio Paroquial. O segundo, no dia seguinte, envolveu atletas do Colégio Nobel. “Torcedores(as)” de ambas as equipes dispararam ofensas relacionadas à cor da pele e à condição social, periférica e física dos(as) estudantes da escola pública.

Como se as condições da disputa já não fossem desiguais entre um Colégio Estadual de periferia e colégios particulares com mais estrutura e recursos para o treinamento esportivo, os(as) estudantes da escola pública precisaram lidar com agressões criminosas com o óbvio intuito de desestabilizar a equipe.

Tratam-se de ocorrências inadmissíveis em qualquer cenário, em especial nos jogos escolares, que deveriam ser marcados pelos valores de solidariedade e comunhão do espírito esportivo. Vale ressaltar que as equipes cujas torcidas protagonizaram as agressões chegaram à final do torneio, podendo levantar a taça sem qualquer reprimenda da coordenação dos jogos.

Celso Santos, secretário-geral da APP-Sindicato e presidente da Associação Negritude de Promoção da Igualdade Racial (Anpir), com sede em Paranavaí, lamenta os incidentes e cobra medidas imediatas dos responsáveis pela condução dos jogos. “A Secretaria de Estado de Educação e o Núcleo Regional de Paranavaí devem tomar providências para responsabilizar as equipes e coibir o racismo e todas as formas de discriminação em futuras etapas e outros torneios”, assevera.

“A APP presta solidariedade e se coloca à disposição para auxiliar os(as) estudantes e toda a comunidade escolar do Colégio Flauzina em todas as necessárias ações de reparação e justiça”, afirma Celina Wotcoski, secretária de Igualdade Racial e Combate ao Racismo da APP.

Não nos calaremos.

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