Quem fecha escola, abre prisões: escola não se fecha!

Quem fecha escola, abre prisões: escola não se fecha!


Nesta terça-feira, dia 27 de outubro, é dia de mobilização. A APP-Sindicato está convocando a categoria para ato público em frente à Secretaria de Educação (Seed), às 10h. O ato público deve denunciar para a sociedade e cobrar da Seed o não fechamento de aproximadamente 150 escolas por todo o Estado.

A Seed divulgou que 40 escolas devem ser fechadas, até o final de novembro, mas a APP calcula que esse número seja muito maior. Isso porque, nos cálculos da Secretaria, não são consideradas, por exemplo, escolas que estão intercalando turnos. Ou seja, no mesmo prédio, devem funcionar aulas de uma escola pela manhã e de outra escola pela tarde. Para a Secretaria, essa disponibilidade de turno não seria motivo para se criarem escolas com períodos integrais, como foi promessa de campanha do governo, mas sim unir duas escolas em uma só, superlotando espaços e causando confusão.

A APP e a categoria estão lutando para que nenhuma escola seja fechada. Nenhuma. Apesar de a Secretaria anunciar que 40 delas devem fechar as portas (a APP sabe que esse número não é verdadeiro), o governo está ignorando a realidade de suas comunidades. Cortando o orçamento da educação a qualquer custo, Beto Richa descumpre, mais uma vez, uma promessa de campanha: a de que a Educação seria ‘prioridade absoluta’.

Um exemplo de uma unidade que sofre ameaça de ser fechada é a Escola Estadual do Campo Planaltina E. F., em Guaraniaçu. A diretora recebeu um comunicado da Superintendência de Desenvolvimento Educacional / Diretoria de Informações e Planejamento, ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Cascavel, com o aviso de cessação do funcionamento da escola. A alegação? Entre outras coisas, que existe um baixo número de alunos(as) matriculados(as) na unidade. No entanto, a escola possui, hoje, três turmas que atendem alunos(as) de 6º, 7º e 8º ano. A Seed desconsidera, inclusive, a dificuldade dos estudantes de chegarem até a Escola de Campo, querendo transferir para locais ainda mais distantes e de difícil acesso para os estudantes.

De acordo com a secretária Educacional da APP, professora Walkíria Mazeto, o fechamento de escolas do campo afeta diretamente o(a) estudante e sua família. “Nos últimos sete anos foram fechadas mais de 400 escolas do campo no Paraná, entre escolas municipais e estaduais. Nós temos a defesa de que as famílias que residem no campo possam ficar no campo, e seus filhos estudarem no campo é uma condição para que a família permaneça no campo. Não queremos que as escolas sejam fechadas. Não importa o número de escolas que estão sendo cessadas. Para abrir uma escola já se passa por um imenso debate, por isso não aceitamos o fechamento de nenhuma delas”, explica.

A APP denuncia os diversos casos das escolas que devem ser fechadas no Paraná:

– Escolas inteiras serão fechadas. Alunos(as) realocados em locais mais longes e que terão dificuldade para chegarem ao novo endereço já que, na grande maioria dos casos, são crianças e adolescentes menores de idade;
– Escolas devem passar a funcionar em prédios de outras escolas, superlotando espaços e causando confusão;
– Escolas em processo de cessão, que fecham turmas gradativamente, onde se fecha um sexto ano, depois um sétimo, oitavo e assim sucessivamente;
– Fim de convênios, como os que o Estado tem com as Casas Familiares Rurais, que são espaços em que o governo destina verbas ou sede servidores(as) públicos(as) para atuarem nessas escolas que atendem a comunidade local;
– Escolas que terão turmas e turnos fechados;
– Escolas que atendem a Educação de Jovens e Adultos (EJA) transferindo esses(as) estudantes para unidades mais distantes e, ainda, com mais dificuldade de acesso para pessoas que estão buscando, muitas vezes, aprender a ler e a escrever.

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