Eram favas contadas a queda de Fernando Xavier da Secretaria de Estado da Educação (Seed) e ele, de fato, não deixará saudades. Durante o pouco tempo que esteve à frente da pasta foi total o seu desacerto com as pautas educacionais, dada a falta de conhecimento e competência para atuar com a educação pública. Vindo da iniciativa privada, avesso ao diálogo, ele quis se impor pelo grito e truculência, desconsiderando negociações anteriores. Parece esse ser o modus operandi ‘psdbista’ do segundo governo Beto Richa: impor-se pela truculência, porque é assim que agem Sciarra e Francischini, o que tem se mostrado desastroso.

Durante a greve de fevereiro, só houve negociação porque a Secretaria Civil intermediou. Depois da greve, Xavier recusou-se, por um tempo, a receber a APP e quando recebeu remeteu as decisões para outras secretarias como a Casa Civil e Secretaria de Administração e Previdência (Seap). Nem a pauta educacional, propriamente dita, ele tinha conhecimento, haja vista que por vários momentos as reuniões tinham que ser interrompidas para esclarecer para ele situações da própria Secretaria.

Xavier também carregará, para si, a nódoa do dia 29 de abril. Da barbárie cometida contra professores(as) e funcionários(as) de escola no Centro Cívico. Ele é tão culpado por aquilo que assistimos, durante as duas horas de ataque do Pelotão de Choque, quanto os outros algozes, Beto Richa, Francischini,Sciarra e Traiano. Desde o inicio, logo após a sua nomeação (e em meio ao processo da greve de fevereiro), foi nos dando a certeza do seu descompromisso com a educação pública e do seu comprometimento com uma visão privatista, além de sua total ineficiência frente à Secretaria de Educação e desde lá pedíamos a sua saída. A queda de Fernando Xavier foi pressão da categoria e é mais uma vitória do movimento de greve.