Transtornos, falta de informações por parte da Seed e longas filas marcaram o processo de distribuição de aulas para os(as) profissionais PSS da rede estadual.
Apesar do esforço dos(as) trabalhadores(as) dos NREs, sobrecarregados(as) para atender milhares de professores(as), o excesso de burocracia levou a casos extremos, como em Prudentópolis (NRE de Irati). Na cidade, a distribuição varou a madrugada, terminando apenas às 2h30 da manhã.
A exigência de entrega presencial da documentação com hora marcada e – em muitos casos – em mais de uma escola simultaneamente, obrigou educadores(as) a se desdobrarem para não perderem a convocação. Já o prazo exíguo para a distribuição antes do início das aulas lotou escolas e gerou longas filas de espera.
“A desorganização é da Seed. Há trabalhadores(as) do NRE que chegaram em casa às 3h da manhã e às 7h já estavam se deslocando para outra cidade para fazer a distribuição”, conta Tatiana Maia, presidenta do Núcleo Sindical de Irati. “É uma situação que está sendo desumana tanto para os(as) PSS quanto para os(as) trabalhadores(as) dos NREs”, complementa.
Élio da Silva, do Departamento de PSS da APP-Sindicato, critica o método da Seed. “Mesmo quem já entregou toda a documentação em um município, precisa refazer o processo em outro, com toda a papelada. É um processo que está sendo muito estressante para todos(as)”.
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Irregularidades
Também pipocam denúncias de irregularidades. Muitos(as) foram convocados(as), compareceram no horário, gastaram tempo e dinheiro com a documentação e, mesmo assim, ficaram sem aulas.
Outros(as) dizem ter sido preteridos(as) na distribuição, apesar de estarem entre os(as) primeiros(as) na classificação.
Em contato com a Seed, a Secretaria de Comunicação da APP-Sindicato relatou os casos trazidos pela categoria. A Secretaria se manifestou afirmando que “está ciente dos problemas e vai corrigi-los.” Confira a íntegra da resposta:
“A SEED-PR agradece os depoimentos e sugestões enviadas pelos professores PSS sobre a distribuição de aulas. A secretaria está ciente dos problemas e vai corrigi-los. O processo precisa ser eficiente em respeito aos profissionais da educação e aos estudantes da rede estadual de ensino”
Processo precisa mudar
A APP defende que o Estado modernize a distribuição, criando um banco de dados digital para simplificar a entrega da documentação e repensando as exigências burocráticas. Também é possível disponibilizar em todos os NREs a distribuição online. A APP espera dialogar com a Seed sobre o tema, uma vez que o governo tem como uma das suas principais bandeiras o uso de recursos tecnológicos na educação.
“O secretário da Educação precisa ficar a par, acompanhar o processo e entender a dimensão do problema e do desrespeito com os(as) PSS. E precisa agir, inclusive na educação do Campo, Quilombola e Indígena, onde há muitos problemas.”, assevera Elio.
“Todos os anos os problemas se repetem. O desrespeito aos(às) PSS também reforça a nossa defesa do concurso público. O grande número de professores(as) com contratos emergenciais leva a esse tipo de situação, agravada pela precariedade do vínculo e pelas provas cada vez mais complexas impostas pelo governo”, finaliza.