Protestos pela revogação do NEM marcam participação do ministro da Educação na 75ª Reunião da SBPC APP-Sindicato

Protestos pela revogação do NEM marcam participação do ministro da Educação na 75ª Reunião da SBPC

Ato teve a participação da APP e ocorreu durante a chegada e a palestra do ministro Camilo Santana

Educadores(as) e estudantes protestaram pedindo a revogação do Novo Ensino Médio na manhã desta quinta-feira (27) em Curitiba, durante palestra do ministro da Educação, Camilo Santana, na 75ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Já na chegada, o ministro foi abordado em tom de diálogo e cobrado pela revogação. Elio da Silva, secretário de Finanças da APP, asseverou ao cumprimentá-lo: “É para revogar. Não tem nada para remediar”, ecoando a preocupação da categoria em todo o país, que está em alerta com a possibilidade do MEC efetuar “remendos” no modelo, sem atacar as raízes do problema.



No Auditório Central do Setor Tecnologia da UFPR, manifestantes também cobraram dele o #RevogaNem, cantando “Não tem defesa, não tem remédio, revoga já o novo ensino médio”. O canto foi repetido durante a composição da mesa de debates, coordenada pelo presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro (SBPC).

Reconstrução

Durante sua conferência, Camilo Santana falou em reconstrução do Brasil e da educação pública, com democracia e liberdade. Saudou a “liberdade de manifestação”, denunciou o desmonte do MEC na gestão Jair Bolsonaro a apontou medidas positivas para a educação, como a reativação o Fórum Nacional de Educação e a retomada de 4 mil obras paradas em escolas e universidades.

O ministro lembrou que o governo federal fez uma consulta pública sobre a revogação do Novo Ensino Médio. Segundo ele, mais de 150 mil estudantes já se manifestaram na consulta. O MEC deve divulgar os resultados na próxima semana.

A consulta pública durou quatro meses e envolveu 12 webinários com especialistas, cinco seminários organizados pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), audiências públicas com entidades do setor educacional, encontros com estudantes e uma pesquisa com a comunidade escolar, feita pelo WhatsApp e respondida por mais de 105 mil pessoas – o que ultrapassou a meta de 100 mil participantes.

Santana afirmou que o governo federal prepara medidas para fortalecer a permanência dos jovens no ensino médio, inclusive com apoio financeiro direto. “O jovem, quando chega ao ensino médio, muitas vezes larga ali, porque quer trabalhar. Ele precisa ter apoio financeiro para se manter na escola”, disse.

Apenas 64% dos jovens que entram no ensino fundamental terminam o ensino médio no Brasil, segundo o ministro. “Nós estamos perdendo um terço dessa meninada, mas nós não queremos perder nenhum” afirmou.

Santana destacou três pontos prioritários na Política Nacional de Educação: melhoria da alfabetização, expansão do ensino de tempo integral e conectividade nas escolas.

Alfabetização

Segundo o ministro da Educação, a pesquisa Alfabetiza Brasil, realizada com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), revelou que 56,4% das crianças não estão alfabetizadas no fim do 2º ano, o que representa 1,57 milhão de crianças.

Por essa razão, o MEC tem somado esforços para reverter esse cenário com o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, a nova política de alfabetização, instituída em junho deste ano, que já tem adesão de 100% dos estados e de 91% dos municípios.

Tempo Integral

O ministro também destacou a nova lei que retoma a política nacional de educação em tempo integral aprovada pelo Congresso Nacional e que será sancionada na próxima segunda-feira (31), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Santana, a nova lei vai permitir apoiar municípios e estados que ampliarem vagas de tempo integral nas escolas. “Isso significa apoio pedagógico, formação, apoio financeiro por matrícula e apoio para melhorar a infraestrutura das escolas”, disse.

Para o ministro, é necessário cumprir o que prevê o Plano Nacional da Educação: até 2024, 25% das matrículas no ensino básico devem ser em tempo integral e 50% das escolas disponibilizem a modalidade. Atualmente, apenas 25% das matrículas são em tempo integral e 22,4% das escolas ofertam esse tipo de ensino.

Conectividade

Camilo Santana destacou ainda que a meta do governo federal é garantir que todas as escolas públicas do país estejam conectadas com banda larga com objetivos pedagógicos, educacionais e equipamentos adequados, e isso será viabilizado por meio dos leilões do 5G.

Segundo ele, atualmente, 40,1 mil escolas não têm acesso adequado à banda larga fixa e 4ão têm acesso adequado à internet.

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Ato por #RevogaNEM com ministro da educação na SBPC

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