Anúncio de investimentos na educação, como se fosse uma das principais prioridades do governo Beto Richa (PSDB), ecoou nessa quarta-feira (28) e movimentou o Centro Cívico de Curitiba (PR). Durante a solenidade, o destino de R$ 283 milhões para modernizar os sistemas de informática da rede pública de ensino, no Palácio Iguaçu.
Dentro do Palácio incomodou a verdade mostrada pela APP-Sindicato, que mostra a conjuntura vivida por quem de fato atua na rotina da escola e convive com alunos(as), pais, mães e responsáveis. “Escola Conectada” é um discurso decorado do governador com palavras que, na verdade, não simbolizam o cenário precário das escolas públicas se desmanchando pela estrutura física e desvalorização dos(as) educadores(as). Adianta apenas investir na tecnologia, se na prática o panorama é mais degradante do que a mídia divulga?
Como afirmar que foram destinados, ao todo, R$ 413 milhões para programas na área de educação, quando só de reposição da inflação o governo deve R$ 1,7 bilhão aos(às) educadores(as). São máscaras de quem está no poder do Estado e que escondem a pauta da APP-Sindicato – que tanto insiste em dialogar em prol da qualidade de ensino e da valorização dos(as) profissionais da educação.
Das ênfases ditas pelo governador Richa como: “a educação é a razão de tudo”, “se a educação vai bem todas as outras áreas melhoram na mesma proporção” e “ensinam as crianças e formam cidadãos”, a APP questiona o real significado das afirmações. Como destacou o presidente da APP, professor Hermes Leão, não existe contrariedade aos investimentos. “O governo faz uma forte propaganda e desconsidera a pauta da educação, além de perseguir e atacar os trabalhadores que fazem o dia a dia das escolas. Temos um número de funcionários insuficientes e professores cada vez mais adoecidos”.
Na memória recente do governo do Paraná a cerimônia pomposa, enquanto nos registros da categoria permanecem os ataques, a retirada de direitos e o Massacre de 29 de Abril de 2015 contra os(as) professores(as) e funcionários(as) públicos(as). Realmente situações diferentes, porém, uma semelhança: nunca foram vistos tantos(as) educadores(as) concentrados(as) clamando por justiça para a educação.