Desde a proposta original da Reforma do Ensino médio, a APP-Sindicato tem manifestado o desacordo com as deliberações do governo federal e estadual. De lá para cá, houve a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio com mudanças significativas na organização curricular.
Para dar conta do processo aligeirado imposto pelos governos Temer e Bolsonaro, no Paraná aprovou-se um cronograma de trabalho para elaborar as Diretrizes Complementares do Novo Ensino Médio e o Referencial Curricular. Nesse início de 2021, a Secretaria da Educação promoveu uma consulta on-line sobre o Referencial Curricular do Novo Ensino Médio. Isso ocorreu entre os dias 2 a 28 de fevereiro. Segundo a Seed houve mais de 2000 participações feitas a partir de um questionário que era um verdadeiro engodo, pois foi apresentado com questões fechadas, sem a possiblidade de uma participação analítica mais ampla, passando assim uma falsa ideia de democratização do processo. Na avaliação da APP-Sindicato, outra grande dificuldade do processo de consulta popular foi a sua realização durante a pandemia, em período de grande dificuldade na organização da dinâmica escolar.
A secretária educacional da APP-Sindicato e representante do Sindicato no Conselho Estadual de Educação (CEE), professora Taís Mendes relembra que foi pela iniciativa da APP-Sindicato que aconteceram as audiências públicas nos Núcleos Regionais de Educação (NREs). As audiências aconteceram lá em 2017, logo após a aprovação do Novo Ensino Médio, durante o governo Temer e a APP-Sindicato acompanhou todas. Em todas as audiências, a maioria dos(as) participantes optou por não aderir às mudanças, fato ignorado pela Seed. “O Paraná, foi contra a Reforma do Ensino Médio. Agora, na última quarta-feira, dia 31, A Seed encaminhou ao Conselho Estadual de Educação o Referencial Curricular do Novo Ensino Médio, já com as contribuições da Consulta Pública. Esse documento será analisado e debatido junto com as Diretrizes Complementares para o Novo Ensino Médio. Em junho esses dois documentos irão a consulta pública, tanto as Diretrizes quanto o Referencial Curricular, sendo que em julho, o Conselho irá aprovar o documento final”, explica Taís
A APP tem em todo reafirmado a necessidade de se contemplar as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, pelo seu caráter democrático e participativo em todas a etapas de sua construção e pela consideração dos princípios epistemológicos e pedagógicos expressos no documento.
“A proposta desenha pelo governo estadual, ao contrário do que propõe ser, é excludente e não resolverá os principais problemas do ensino médio, ao contrário, tenderá a produzir ainda mais exclusão e evasão, como o fato do estado estar incidindo no fechamento de várias turmas do ensino noturno”, analisa o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão
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