A terceirização dos trabalhos dos servidores(as) PSS, a reorganização das aulas remotas e a redistribuição de aulas em escolas de educação especial foram temas de reunião da APP-Sindicato com a nova diretora geral da Secretaria Estadual da Educação, Fércea Maciel. “Tratamos de temas centrais e manifestamos nossa contrariedade com a terceirização em andamento, que é uma medida que precariza e superexplora o trabalho e está sendo questionada na Justiça”, avalia o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.
A APP-Sindicato apontou na reunião que a Secretaria de Educação tem privilegiado os aspectos administrativos em detrimento dos pedagógicos, o que tem levado a retrocessos da Educação e a muito desgaste de alunos e professores. Uma das reivindicações apresentadas é a mudança no critério para validação das aulas, que hoje devem ocorrer unicamente na plataforma GoogleMeet, ter duração de 40 minutos contínuos e com câmeras de vídeo abertas em seus dispositivos eletrônicos. A diretora geral da Secretaria se comprometeu a avaliar o pedido.
Hermes Leão cobrou a participação secretário da Educação, Renato Feder, em encontros com profissionais da educação e com estudantes. “Pela primeira vez temos no Paraná um secretário da Educação que não dialoga conosco, nem com os alunos(as) das escolas estaduais”, lamentou o presidente da APP-Sindicato.
A diretora Financeira da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, fez um relato de casos de professores(as) e alunos(as) exaustos(as) por terem que cumprir os 40 minutos em todas as aulas à distância para terem presença confirmada. “Não dá para transpor a metodologia e o tempo de duração das aulas presenciais para as remotas. Com aulas expositivas todos ficam esgotados e perdem a concentração”, afirmou. Ela sugeriu que os professores tenham autonomia para planejar como usar o tempo das aulas, incluindo interações com outros professores e entre os estudantes.
Walkiria lamenta que a organização do trabalho nas escolas pela Secretaria da Educação tenha como base o controle e o pressuposto de que os professores não querem trabalhar e precisam ser vigiados(as), assim como os estudantes. “Para que se tenha um trabalho bem feito é preciso um ambiente de paz, respeito, acolhimento. A Seed tem feito o oposto disso, pois acha que para ter produtividade tem que ameaçar punir, pressionar. Isso gera adoecimento entre os profissionais da Educação”, afirmou.
A diretora de Funcionários(as) da APP-Sindicato, Nádia Brixner, denunciou a falta de diálogo da Seed com a categoria e reafirmou a posição sindical contra a terceirização nas escolas e a favor da realização de concurso público para preencher esses cargos. A diretora geral da Seed admitiu que as empresas que estão assumindo os trabalhos feitos por servidores PSS estão contratando um número de trabalhadores menor que o atual, mas que isso será resolvido até o retorno das aulas presenciais.
A redistribuição de aulas da educação especial foi outro tema tratado na reunião desta quarta-feira. A APP-Sindicato pediu à Secretaria de Educação que seja mantido até o final de ano o sistema atual, sendo suspenso temporariamente o novo cálculo da jornada de trabalho que considera hora-relógio e não mais horas-aula no cálculo da jornada. “Mais uma vez, o governo coloca a questão financeira como prioridade e age com desrespeito ao processo pedagógico e com a organização da vida de trabalhadores/as em educação”, afirma Vanda Bandeira, secretária Geral da APP-Sindicato.
Também participaram da reunião a secretária Educacional da APP, Taís Mendes; o diretor Educacional da Secretaria da Educação, Roni Vieira; e a coordenadora de Recursos Humanos da Seed, Taciana Fenili.