Nesta segunda-feira (30), professores(as) e funcionários(as) de escola realizam atos em frente aos Núcleos Regionais de Educação (NREs) do Paraná. Serão novos protestos contra a Resolução da Maldade (113/2017), a medida do governador Beto Richa que diminui a hora-atividade, penaliza educadores(as) que adoecem e deve resultar no corte de sete mil vagas temporárias (de professores(as)) na rede. Na última sexta-feira (27), o governo do Estado anunciou que não retrocederá na posição. Mesmo alegando querer manter o ‘diálogo’, Richa tem tomado uma série de decisões unilaterais que têm prejudicado os(as) trabalhadores(as) da Educação. A resolução é apenas a mais recente.
Hora-atividade – Foram anos de muito embate que resultaram na conquista dos 35% de hora-atividade no Paraná. Em 2002, ocorreu a primeira vitória: 10%. Em 2003, 20%. Em 2013 chegamos a marca de 30% e, em 2014, ultrapassamos o 1/3 de hora-atividade como manda a Lei do Piso (primeiro nos salário e, a partir de 2015, na jornada). A hora-atividade é um período de trabalho que os(as) professores(as) têm para corrigir provas, elaborar aulas, realizar estudos e pesquisas para tornar o período em sala de aula mais dinâmico e produtivo. É um direito assegurado por lei e que, entre outros, está sendo colocado em cheque por este governo.
“A luta de quase dois séculos dos professores brasileiros, que resultou na conquista de um piso salarial e da hora-atividade está sendo destruída pelo governo do Paraná. Em um passado muito recente, fizemos greve pelo direito de receber salário todos os meses. Isso parece algo distante, mas aconteceu. E pelo quadro que está se estabelecendo, quando o governo tenta vender para a sociedade que nossos direitos são privilégios, percebemos que situações agudas como esta, de ser punido para tratar da saúde, podem se tornar comuns novamente. Nem a APP-Sindicato e nem a nossa categoria permitirá que o retrocesso se estabeleça sem luta. Vamos resistir”, garante o presidente da entidade, professor Hermes Silva Leão.
A funcionária de escola Sandra, do Núcleo Sindical de Maringá está desde muito cedo em frente ao NRE da cidade protestando contra os ataques à educação pública. “Hoje, o golpe é contra os professores, com a hora-atividade, amanhã, será conosco. É por isso que estou aqui, para protestar contra o que estão fazendo contra a educação”, explica a educadora. Aqui em Curitiba, a movimentação em frente ao Núcleo, chamou a atenção de quem passava pelo antigo prédio do IPE. “Sou professor de filosofia e estou em protesto hoje como uma forma de mostrar minha revolta contra o que o governo está fazendo com a nossa hora-atividade. Eles querem desmoralizar o professor dizendo que temos muito tempo de folga. É uma mentira, sem tamanho. A gente adoece de tanto trabalho que leva para casa e as coisas só parecem piorar”, revolta-se o professor PSS, Dyego, de Araucária.
Durante todo o dia a categoria segue firme na ação de “trancaço” aos Núcleos. As imagens da ocupação por todo Paraná podem ser vistas na fanpage da APP-Sindicato aqui.