Proclamação da República: um grito de liberdade histórica

Proclamação da República: um grito de liberdade histórica


Foto: APP-Sindicato

Era uma vez, no dia 15 de novembro de 1889, quando uma reforma política, militar e histórica, protagonizada pelo presidente Marechal Deodoro da Fonseca (governo provisório), dava início à República Federativa Presidencialista. Marcou época e também os ensinamentos na vida – que são remetidos para a população utilizando-se da educação e suas atividades escolares. Livros e conhecimento da cultura e formação de períodos da história brasileira mostram dados que ilustram a realidade vivida, além da luta por conquistas e direitos.

Da defesa da monarquia para a República, os militares se colocavam como defensores da Pátria Brasileira. O ato da Proclamação se consagrou com a doença de um militar acreditando na retaliação do governo monárquico. Daquele tempo para hoje, quais as semelhanças que cada um(a) identifica? Iremos reeditar capítulos ou rever o passado para pensar no presente e escrever o futuro próximo com melhorias a todos(as), incluindo a classe trabalhadora e seu justo reconhecimento. Cabe a reflexão…

A educação que tanto tem a ensinar milhares de jovens, principalmente quando é pública, está nas mãos de gestores(as) e de suas famílias e apadrinhados(as). A administração pública deveria organizar o Estado – em todas as esferas – priorizando o atendimento à população e serviços públicos como educação, saúde e segurança de qualidade.

Qualidade que a APP-Sindicato tanto defende. São 70 anos escrevendo capítulos na educação paranaense, com protagonistas e antagonistas de plantão. A atual gestão do governador Beto Richa (PSDB) pula capítulos da legislação e ataca na contramão dos avanços para impor retrocessos e retirada de direitos dos(as) servidores(as) públicos(as), que justamente devem estar à disposição do atendimento para a comunidade.

A luta vai continuar e a educação não se cala. Nessa segunda-feira (13), a movimentação “marmitaço” mostrou a contrariedade contra os ataques aos(às) educadores(as) do Processo Seletivo Simplificado (PSS). A Secretaria da Educação (Seed) estampa o verdadeiro cenário da crise referente à qualidade do ensino público paranaense pela falta de condições de trabalho e reconhecimento para quem se dedica a transmitir conhecimentos “base” ao futuro. Escolas sem máscaras ou partidos, simplesmente com a atividade de ensinar e aprender. Assim como a paralisação nacional, na última sexta-feira (10), contra a Reforma Trabalhista e medidas como a Reforma Previdenciária e a Terceirização.

 

Entenda como a administração pública vem sendo controlada por oligarquias familiares mesmo com a Proclamação da República em nosso país. A APP-Sindicato conversou com o sociólogo e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira, confira:

RO: O grande questionamento da República é a existência de grandes oligarquias familiares que dominam a política brasileira, paranaense e curitibana. O Brasil apresenta todas as suas instituições políticas atravessadas por interesses familiares. Nós também temos uma dimensão que o parentesco é a principal forma de reprodução do poder político na nossa sociedade.

 Temos todos os dados para explicar e investigar este fenômeno. Começou desde as origens, a estrutura social e política, o período colonial, as continuidades no Império, na Proclamação da República, na Primeira República, na Segunda República, no Pós-Guerra…

 Temos dados do Senado e 3/4 de senadores de famílias políticas, mas de 60% dos deputados federais são de famílias políticas. Aqui, no Paraná, o governador Beto Richa é uma família política, com a sua esposa e irmão controlando o governo. A vice-governadora Cida Borghetti e o ministro da Saúde, Ricardo Barros e a filha, deputada Maria Victória Borghetti Barros. Dados que o Rafael Greca de Macedo (atual prefeito de Curitiba), da importante família Macedo, é primo do Beto Richa e também primo distante da Rosângela Wollf Moro, a mulher do juiz Moro. Isso mostra que temos uma grande família nos poderes executivo, legislativo e judiciário, nos Tribunais de Contas, cartórios, no Ministério Público, na grande mídia empresarial. Para entender o poder e a desigualdade social temos que entender a lógica destas famílias no poder.

 

Das imposições do governo Estadual somadas aos retrocessos do governo Federal, que país é este? Qual o futuro da nação?

 

Hino da Proclamação da República

(Autor: José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque / Compositor dos arranjos: Leopoldo Miguez)

Seja um pálio de luz desdobrado,

Sob a larga amplidão destes céus.

Este canto rebel, que o passado

Vem remir dos mais torpes labéus!

Seja um hino de glória que fale

De esperanças de um novo porvir!

Com visões de triunfos embale

Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós,

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz

Nós nem cremos que escravos outrora

Tenha havido em tão nobre País…

Hoje o rubro lampejo da aurora

Acha irmãos, não tiranos hostis.

Somos todos iguais! Ao futuro

Saberemos, unidos, levar

Nosso augusto estandarte que, puro,

Brilha, ovante, da Pátria no altar !

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós,

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz

Se é mister que de peitos valentes

Haja sangue em nosso pendão,

Sangue vivo do herói Tiradentes

Batizou neste audaz pavilhão!

Mensageiro de paz, paz queremos,

É de amor nossa força e poder,

Mas da guerra, nos transes supremos

Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós,

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz

Do Ipiranga é preciso que o brado

Seja um grito soberbo de fé!

O Brasil já surgiu libertado,

Sobre as púrpuras régias de pé.

Eia, pois, brasileiros avante!

Verdes louros colhamos louçãos!

Seja o nosso País triunfante,

Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós!

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz!

 

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