O processo histórico da Proclamação da República é de conhecimento público, entre realidades e fantasias expostas à sociedade na mídia, mas, o fato contra a era da monarquia no poder é relevante e foi um marco que provocou mudanças para a atualidade. Acredite se quiser, mas, alguns reflexos ainda permanecem e recaem na rotina brasileira.
Não é à toa que a APP-Sindicato luta diariamente pela justiça aos direitos trabalhistas que reincidem na área da educação, e que é a base para o desenvolvimento humano e com interferências na qualidade de vida. Prestes a completar 70 anos, a APP esteve reunida na XII edição do Congresso Estadual, de 13 a 15 de novembro, em Pontal do Paraná – data escolhida propositalmente. O encontro teve destaque pela democracia dentro e fora da esfera sindical dos(as) trabalhadores(as) da educação. Votação das propostas para o novo estatuto e as principais mudanças podem ser verificadas aqui.
Além da transformação política da época (1889), e que para a maioria o que vale é o feriado no calendário, mas não no caso da APP, se a proclamação foi consequência de um governo que não possuía base de sustentação política e não contou com intensa participação popular, o nosso cenário conta com a imposição do poder público – percebido no governo do presidente Michel Temer, que em pouco tempo ocorreu a troca de três ministros. Protestar contra a monarquia e a abolição equivale na modernidade a lutar contra os retrocessos e pautas contraditórias à evolução.
Sim, progressos que a APP busca constantemente, seja no Congresso, em reuniões, debates ou greves, como aconteceu em outubro, e, ainda, o Dia Nacional de Greve Geral, em 11 de novembro. Foram para as ruas da chamada República de Curitiba os(as) servidores(as) públicos(as) que também invadiram o Brasil adentro. Manifestar é livre e quando a causa é justa não é golpe, é um espelho das negativas e contrariedades para que as tramitações não passem a prevalecer, destacando algumas que são chocantes e remetem à ditadura:
1) MP 746/16 – reforma o ensino médio sem debate com a sociedade na formulação das políticas de interesse coletivo e de diálogo com os movimentos sociais da educação;
2) PEC 55/16 – ameaça investimentos em serviços públicos primordiais por pelo menos 20 anos para “reequilibrar” as contas públicas;
3) PLC 54/16 – acentua o congelamento de aumentos ou ajustes de remuneração, sem contratação de pessoal, redução em 10% das despesas com cargos de livre provimento, entre outros pontos; e
4) PL 867/16 – “Lei da Mordaça” que exclui o caráter educacional.
Com foco no coletivo e no cotidiano, sem mensurar em números, basta olhar em volta para detectar se todos(os) os(as) jovens estão nas escolas ou nas ruas. Existem outros aspectos de áreas diferentes que podem ser presenciados, basta “abrir a mente” e tirar as próprias conclusões, sem imposições.