Com todo o funcionalismo público descontente e várias categorias decretando greve (educadores e policiais já começaram hoje a paralisação!), o governo do Estado do Paraná começa a lançar novas medidas de austeridade contra a população. Sem nenhum diálogo com os(as) trabalhadores(as) da educação, ele decide que as escolas ocupadas deverão receber a visita do Conselho Tutelar, conforme nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias.
As escolas estão sendo ocupadas pelos(as) estudantes que manifestam contra mudanças no Ensino Médio, desde o dia 3 de outubro, mas só agora, no primeiro dia de greve da maior categoria de servidores(as), o governo decide verificar as condições de segurança e integridade dos(as) estudantes.
Na mesma nota, o governador decreta recesso em todas as escolas públicas do Estado durante toda esta semana e já anuncia que a reposição acontecerá na semana entre Natal e Ano Novo. “Parece que o governo é quem quer prolongar a greve. Nós temos uma posição muito clara de repudiar esta decisão. É claro que um anúncio de que alunos terão aula entre Natal e Ano Novo impacta profundamente as famílias. O governo, com essa atitude, reforça a quebra de compromisso com a educação. Não queremos que ninguém seja prejudica e a melhor solução tem que ser discutida entre Seed, comando de greve e também com a escola”, enfatiza o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.
Uma outra decisão do governo estadual do Paraná é cancelar o debate do programa Formação em Ação que aconteceria nesta semana. “E mesmo em greve, faremos o debate sobre o Ensino Médio. Por isso, orientamos para que cada educador no interior procure o seu Núcleo Sindical ou o comando de greve para saber onde será feito o debate na sua cidade. Aqui em Curitiba ele acontecerá amanhã, às 10 horas da manhã, na frente do Palácio Iguaçu, no Centro Cívico”, complementa a secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Walkíria Olegário Mazeto
É greve, não é recesso – A secretaria de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato reitera que os decretos do governo não deverão interferir na organização e no andamento da greve. A defesa da APP será para que nenhum educador ou educadora tenha falta ou prejuízo no salário e carreira, pois a greve é direito dos(as) trabalhadores, é legitima e possui uma pauta efetiva. O sindicato reforça que a reposição, seja da greve ou do recesso, deverá ser debatida entre a categoria e o governo, de forma democrática.