A greve dos(as) trabalhadores(as) em educação começou nesta segunda-feira(17) com adesão de mais de 50% da categoria. Para evitar a propagação de boatos e de informações difamatórias contra a APP-Sindicato e a comunidade escolar, a direção estadual do Sindicato convocou a imprensa estadual e local para uma coletiva com o presidente, professor Hermes Silva Leão, e o secretário de Comunicação, Luiz Fernando Rodrigues.
Aos(às) jornalistas, a APP explicou os motivos que levaram a categoria à greve. Mesmo depois de uma intensa tentativa de diálogo com o governo, o governador Beto Richa vem sendo contundente em seus ataques a direitos já conquistados pela categoria. Os(as) servidores(as) estão ameaçados, por uma emenda à LDO, que promete descumprir a Lei da Data-base e congelar os salários da categoria (Mensagem 046/2016). O envio da Mensagem revoltou a categoria, que já amarga o atraso de salários (são mais de R$ 600 milhões em dívidas com promoções e progressões de carreira). Há ainda, funcionários(as) de escola ganhando salários menores que o mínimo regional e educadores(as) PSS que não recebem o valor correto do vale-transporte. Esses são alguns dos fatores que forçaram os(as) educadores(as) a deixarem os seus postos de trabalho. “A greve não é por aumento de salário, nós estamos reivindicando apenas que o governador cumpra com seus compromissos e com o que já existe na lei. Ele desprestigia o trabalho dos educadores e tenta colocar a população contra a APP, para continuar dando o calote em milhares de trabalhadores sem ter sua imagem arranhada”, lamenta Hermes.
Morosidade – Quando questionado sobre uma negociação com o governo, o presidente da APP explicou que há uma reunião marcada para quarta-feira (19) com o conjunto de servidores(as). Para o professor, esta é mais uma manobra da alta cúpula do governo que, mais uma vez, demonstra desinteresse no retorno das aulas. “Desde que deflagramos a greve na assembleia, temos tentado contato com o governo e com a Seed, estamos à disposição a qualquer momento do dia ou noite para que esta reunião aconteça. No entanto, ainda não fomos atendidos em nossa solicitação. Ao nosso ver, é uma tentativa de desgastar a imagem da APP, colocando-nos como culpados da falta de aulas”, reforça Hermes.
Também participou da equipe o especialista em economia pública, Cid Cordeiro, que explicou e apresentou aos jornalistas o detalhe das contas do Estado do Paraná, mostrando que a arrecadação do Estado é suficiente para dar conta dos valores atrasados com funcionalismo público. “As reivindicações são legítimas e o governo tem condições efetivas de honrar com o direito dos trabalhadores públicos”, explica Cid aos jornalistas.
Pauta da greve – Na pauta de reivindicações desta greve está a retirada das emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o pagamento das dívidas com os(as) educadores(as). Confira a pauta completa:
- Retirada da Mensagem 043/2016 da Assembleia Legislativa;
- Pagamento das progressões e promoções;
- Equiparação dos salários dos(as) funcionários(as) Agente 1 ao piso mínimo regional;
- Reajuste do auxílio transporte para os(as) funcionários(as) PSS;
- Retirada da falta do dia 29 de abril de 2016;
- Pautas Nacionais – revogação da MP 746, rejeição da PEC 241 e do PLS 54 (PL 257 aprovada na Câmara), não à reforma da previdência.
Calendário da Greve
Desde o dia 12 de outubro – organização dos comandos de greve e mobilização em todas as cidades do Estado.
13 de outubro – Debate sobre a MP do Ensino Médio, organizado pela Seed, nos Núcleos Regionais de Educação. Haverá representação da APP indicado contrariedade ao debate limitado proposto pelo governo.
14 e 15 de outubro – Vigília e mobilização junto aos deputados e deputadas estaduais.
17 de outubro – Início da greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras da educação pública estadual.
18 de outubro – Debate público sobre Ensino Médio no Centro Cívico, em Curitiba (com indicação de debates públicos pelo interior).
19 de outubro – Reunião do FES com o governo. Concentração em Curitiba e Região Metropolitana. Reunião com o comando estadual de greve para avaliar a convocação de uma assembleia estadual.
25 de outubro – Ato estadual do FES.
11 de novembro – Greve Nacional unificada.