A reunião do Conselho Estadual da APP-Sindicato ocorreu nesta sexta-feira (26), no auditório da entidade, em Curitiba (PR), e foi marcada pelo debate da conjuntura política nacional e estadual, além dos desafios que devem ser enfrentados e avaliações de estratégia. As dezenas de representantes que integram o Conselho ouviram as análises feitas por Roberto Baggio, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); por Andrea Gouveia, professora da Universidade Federal do paraná (UFPR) e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), e pelo advogado e diretor das Relações Institucionais da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah. O Conselho antecede à Assembleia Estadual, que acontece neste sábado (27), no Espaço Reviver, em Curitiba.
O presidente da APP, professor Hermes Leão, abriu o encontro e ressaltou as dificuldades do período e a importância do trabalho conjunto para elaboração dos encaminhamentos que serão apresentados e votados na Assembleia pela categoria. As atividades da manhã foram iniciadas com uma reflexão sobre o contexto que levou à condenação do ex-presidente Lula, no último quarta-feira, dia 24. Nádia Brixner, secretária de Funcionários(as) da APP, performou a poesia “Fim da Linha” de Herton Gustavo Gratto, que ilustra bem o pensamento egoísta da elite brasileira, que se vê ameaçada pelas políticas de inclusão social adotadas nos governos do PT.
O advogado Ualid Rabah falou do contexto político internacional e de como o Brasil é afetado, relacionando a farsa do julgamento de Lula à repressão sofrida pelo país. “É o julgamento do atrevimento de um homem, de um governo, que disse que o Brasil seria uma potência mundial. Isso incomodou a potência imperialista ao norte, os Estados Unidos, e obviamente a totalidade do que ele representa no mundo”, apontou.
Roberto Baggio deu destaque para a crise estrutural que o país enfrenta nesse momento. “Vivemos uma crise econômica, social e política e nesse próximo período vamos ver um acirramento da disputa entre as classes”, alertou. Ele explica ainda que o golpe apenas intensificou a crise política e que a mudança desse quadro sera um processo longo.
A professora Andrea Gouveia expôs as dificuldades impostas pela Emenda 95 para o financiamento da educação no Brasil. A proposta brasileira de implementação do teto para os gastos públicos federais, objeto das PEC’s 241/55, foi aprovada em 16 de dezembro de 2016, consolidando-se na Emenda Constitucional de número 95, que instituiu um novo regime fiscal para vigorar nos próximos 20 anos, valendo, portanto, até 2036. As principais preocupações manifestadas são em relação ao financiamento e gestão da educação, além do projeto pedagógico para o país.