“Me senti fazendo papel de palhaça, porque eu fui na escola, assinei, expliquei, escrevi com minha própria mão que não mandaria meu filho porque não estão seguindo o distanciamento e ele não está vacinado. Mesmo assim pararam de mandar o link e eu fiquei sem ter o que fazer.”
O relato é de HVS, uma mãe que preferiu não se identificar cujo filho estuda no Colégio Estadual Cívico-Militar Unidade Polo, de Campo Mourão.
Sob pressão da Seed – que trabalha para forçar aulas presenciais -, algumas escolas suspenderam o envio dos links para alunos(as) assistirem às aulas remotas. Atitude arbitrária e contrária às resoluções e orientações oficiais da rede.
Quando iniciou o retorno às aulas presenciais, o governo Ratinho Jr. garantiu que as famílias poderiam enviar ou não seus(suas) filhos(as). Mas a decisão dos pais não está sendo respeitada, conta HVS.
“Eu tive que mandar meu filho para a escola porque pararam de enviar os links para as aulas online. Para não prejudicar meu filho, eu o mandei para a escola, mas a gente não tem segurança para isso”, afirma.
Salas lotadas
A insegurança de HVS aumentou quando ela visitou a escola do filho. “Quando passa as reportagens está uma carteira, um espaço e outra carteira. Na sala que eu visitei está uma carteira atrás da outra e 25, 26 alunos. A sala estava lotada. Eu até cheguei a conversar com a professora e ela disse: essa é a nossa realidade”, diz.
HVS afirma que seu filho estava com medo de voltar à escola e preferiria continuar estudando em casa, mas não teve escolha.
“No primeiro dia de aula, nem água ele bebeu na garrafinha por medo de baixar a máscara”, conta. “Até educação física estão fazendo e um aluno caiu em cima do meu filho durante a atividade”, conta a mãe, expondo a impossibilidade de manter o isolamento social necessário para conter o coronavírus.