Na última sexta-feira (11), diversas escolas do Estado receberam ligações dos Núcleos Regionais de Educação informando que turmas seriam fechadas. O ano se encaminha para o final do seu segundo semestre e o governo determina que alunos sejam remanejados para outras turmas.
A educadora Maria Inez Antônio, de Prudentópolis, explica que o Núcleo determinou o fechamento de duas turmas na escola onde trabalha. “A gente recebeu, via telefone, uma determinação do NRE comunicando que deveriam ser fechadas duas turmas no nosso colégio. Sendo um 3º ano de ensino médio e um 9º ano do ensino fundamental dois, alegando que o número de alunos que consta na planilha é insuficiente para continuar essa mesma turma”, explica. Para a professora, isso vai gerar muitos transtornos e deve comprometer o bom andamento das aulas. “Nós não concordamos com essa situação, porque é final de ano letivo e justamente com séries em que têm alguns alunos com deficiências físicas e distúrbios. Nós reivindicamos a manutenção dessas turmas”. De acordo com Maria, o remanejamento desses(as) alunos(as) deve acarretar em superlotação nas turmas que serão mantidas.
Para o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, o desrespeito com o funcionamento das escolas, com os(as) estudantes e os educadores(as) é muito grande. “A coisa tem acontecido de uma forma muito desrespeitosa, porque vem por telefone, nem por escrito é. Alguém do Núcleo Regional de Educação liga para a direção das escolas, determinando juntar turmas. O governo só olha para a redução de gastos financeiros, não tem qualquer outro olhar, não vê que estamos há poucos meses do fechamento do período letivo. Precisamos resistir, não podemos aceitar isso. Sem aviso oficial, por telefonema não dá para aceitar”, conta.
A APP-Sindicato é contra a forma como os Núcleos Regionais de Educação estão determinando o fechamento das turmas. O debate com a escola deve ser feito, já que os(as) estudantes e educadores(as) não podem ser prejudicados(as) com o corte de custo do governo. Antes de tudo, é necessário garantir qualidade no ensino e acesso a ele. O caso da escola de Prudentópolis, que conta com alunos(as) que têm necessidades especiais, é um exemplo de como as ações estão sendo tomadas sem ao menos as escolas apontarem a situação das turmas.