Plataformizar e empreender: Quem ganha e quem perde com o Parceiro da Escola?

Plataformizar e empreender: Quem ganha e quem perde com o Parceiro da Escola?

Confira a conversa da comunicação da APP com a pesquisadora e professora da UFPR, Renata Peres Barbosa, que participa da Escola de Formação do Sindicato

A Escola de Formação da APP-Sindicato apresenta a temática “O lema plataformizar e empreender: a expansão da agenda privatizante e o projeto formativo para a juventude no Paraná”, que está exposto no Caderno de Debates e foi abordado pela pedagoga, pós-doutora em Educação e professora do Setor de Educação da Universidade Estadual do Paraná (UFPR), Renata Peres Barbosa.

>> Receba notícias da APP por whatsapp ou telegram <<

Renata enfatiza sobre a importância em entender o que representa o Parceiro da Escola. O primeiro aspecto que ela destaca são as falsas promessas como: deixar a escola mais cuidada, bonita e com resolução de problemas.

Para refletir: será que numa gestão privatizada todas as promessas seriam cumpridas? “É uma grande falácia. Temos que desconfiar desses discursos. O que isso representa? São várias as promessas e observamos o empenho por parte do Estado e da Secretaria da Educação (Seed) em propagar”, fala a professora e pesquisadora.

Renata faz alguns apontamentos:

  1. É preciso considerar que se a gestão democrática da escola e da equipe pedagógica puder ter as mesmas condições que o governo do Paraná está oferecendo para as empresas privadas, com certeza a nossa escola de hoje estaria melhor e com outros resultados. Desde recursos à autonomia para gerir. Hoje faltam condições adequadas e o Estado tem se omitido neste sentido. 
  2. Será que não existe interesse nesses privilégios oferecidos para esse programa? Será que não são interesses mercantis? No Paraná, já temos exemplos que não deram certo. Coloca-se o projeto à revelia da comunidade, alia-se  uma conquista constitucional que temos com a gestão democrática. Será que não é um negócio altamente lucrativo e com um novo nicho de mercado se formando?

Plataformização da educação

Renata explica a relação com a plataformização da educação no Paraná, considerando a implementação massiva de plataformas com um gasto excessivo. “Vemos que não promoveu a qualidade da educação e, ao contrário, sufocou o trabalho pedagógico e restringiu a relação complexa pedagógica, reduzindo-se ao aspecto maquinal. Como se o trabalho docente fosse apenas aplicar plataformas e materiais prontos. O trabalho docente é de natureza intelectual”. 

A pesquisadora destaca que as plataformas já evidenciam prejuízos no processo formativo como um todo e na formação da nossa futura geração. “Lutamos pelo direito à educação de qualidade. E os interesses imbuídos foram lucrativos. Fazemos essa relação da plataformização agora com a venda das nossas escolas com a obtenção de lucros e não com a qualidade que tanto priorizamos”, enfatiza Renata.

Não Venda a Minha Escola: Quem ganha e quem perde?

Para Renata a explicação é objetiva. “As empresas ganham porque visam obter lucros. E quem perde é a comunidade escolar e a sociedade como um todo. É uma tentativa de mais uma vez destruir as condições que lutamos tanto pelo direito à educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada e que atenda o projeto educacional de uma vivência democrática e participativa”. 

Ficou interessado(a) em saber mais sobre este tema? Leia o conteúdo do Caderno de Debates.  

>> Confira os materiais já preparados pela APP: Não Venda A Minha Escola <<

:: Leia também:

>> Escola de Formação vai abordar a destruição da gestão democrática do ensino público

>> Escola de Formação: artigo do curso analisa repasses públicos nas duas escolas paranaenses já privatizadas pelo Parceiro da Escola

>> Escola de Formação: “Privatizar a gestão da escola melhora a aprendizagem dos alunos?” 

>> Escola de Formação da APP está com inscrições abertas até o dia 16 de novembro

>> Outra educação é possível: APP e Unespar abrem edição 2024 da Escola de Formação com evento em Curitiba

MENU