A Escola de Formação da APP-Sindicato apresenta a temática “O lema plataformizar e empreender: a expansão da agenda privatizante e o projeto formativo para a juventude no Paraná”, que está exposto no Caderno de Debates e foi abordado pela pedagoga, pós-doutora em Educação e professora do Setor de Educação da Universidade Estadual do Paraná (UFPR), Renata Peres Barbosa.
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Renata enfatiza sobre a importância em entender o que representa o Parceiro da Escola. O primeiro aspecto que ela destaca são as falsas promessas como: deixar a escola mais cuidada, bonita e com resolução de problemas.
Para refletir: será que numa gestão privatizada todas as promessas seriam cumpridas? “É uma grande falácia. Temos que desconfiar desses discursos. O que isso representa? São várias as promessas e observamos o empenho por parte do Estado e da Secretaria da Educação (Seed) em propagar”, fala a professora e pesquisadora.
Renata faz alguns apontamentos:
- É preciso considerar que se a gestão democrática da escola e da equipe pedagógica puder ter as mesmas condições que o governo do Paraná está oferecendo para as empresas privadas, com certeza a nossa escola de hoje estaria melhor e com outros resultados. Desde recursos à autonomia para gerir. Hoje faltam condições adequadas e o Estado tem se omitido neste sentido.
- Será que não existe interesse nesses privilégios oferecidos para esse programa? Será que não são interesses mercantis? No Paraná, já temos exemplos que não deram certo. Coloca-se o projeto à revelia da comunidade, alia-se uma conquista constitucional que temos com a gestão democrática. Será que não é um negócio altamente lucrativo e com um novo nicho de mercado se formando?
Plataformização da educação
Renata explica a relação com a plataformização da educação no Paraná, considerando a implementação massiva de plataformas com um gasto excessivo. “Vemos que não promoveu a qualidade da educação e, ao contrário, sufocou o trabalho pedagógico e restringiu a relação complexa pedagógica, reduzindo-se ao aspecto maquinal. Como se o trabalho docente fosse apenas aplicar plataformas e materiais prontos. O trabalho docente é de natureza intelectual”.
A pesquisadora destaca que as plataformas já evidenciam prejuízos no processo formativo como um todo e na formação da nossa futura geração. “Lutamos pelo direito à educação de qualidade. E os interesses imbuídos foram lucrativos. Fazemos essa relação da plataformização agora com a venda das nossas escolas com a obtenção de lucros e não com a qualidade que tanto priorizamos”, enfatiza Renata.
Não Venda a Minha Escola: Quem ganha e quem perde?
Para Renata a explicação é objetiva. “As empresas ganham porque visam obter lucros. E quem perde é a comunidade escolar e a sociedade como um todo. É uma tentativa de mais uma vez destruir as condições que lutamos tanto pelo direito à educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada e que atenda o projeto educacional de uma vivência democrática e participativa”.
Ficou interessado(a) em saber mais sobre este tema? Leia o conteúdo do Caderno de Debates.
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