Perfil conservador e gestão ligada a empresários avançam sobre Ministério da Educação e Cultura

Perfil conservador e gestão ligada a empresários avançam sobre Ministério da Educação e Cultura


O pernambucano Mendonça Filho (DEM), empossado como Ministro da Educação e Cultura (MEC) nesta quinta-feira (12), tem definido os nomes para seu Ministério, conforme entrevista concedida à Rádio Jornal nesta sexta-feira (13). O primeiro e único nome até então confirmado é o da socióloga Maria Helena Guimarães. Outros nomes, como Joaquim Falcão e Mozart Neves têm sido discutidos para a pasta.

A socióloga Maria Helena Guimarães acumula em seu currículo a função de Secretária Executiva do MEC no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando a pasta da Educação era comandada por Renato Costa Souza. De acordo com o blogueiro e Professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Luiz Carlos Freitas, Maria Helena é “pop star” das reformas empresariais da educação no Brasil e participou ativamente da construção do programa de governo de Aécio Neves (PSDB)[1].

Em 2007, Maria Helena Guimarães assumiu a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo no governo de José Serra. Sua gestão foi marcada pela implantação de metas para as escolas estaduais, pela tentativa de impor um padrão único de currículo para a rede e um único material de apoio pelo Estado, por uma longa greve de professores em 2008 e pela criação de um programa de bonificação vinculada ao desempenho nas escolas [2].

Mendonça Filho também tem ações na área da Educação. Quando governador em 2006, ano em que assumiu o cargo, pois Jarbas Vasconcelos deixou o cargo para concorrer ao Senado, a Secretaria de Educação de Pernambuco desenvolveu o projeto de escolas integrais, realizado em parceria com Instituto de Co-Responsabilidade Educacional (ICE), entidade liderada por um grupo de empresários. O Secretário de Educação nessa época era Mozart Neves, que integra o Instituto Ayrton Senna e é uma das pessoas com quem Mendonça Filho tem discutido proposições na área da Educação para o Brasil. Mozart Neves já foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A composição do novo ministério tem sido amplamente divulgada pela mídia sem grandes análises, entretanto, ao pesquisar, é possível ter pistas sobre o que esses nomes podem trazer para a Educação e Cultura. O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Edson Francisco de Andrade, explica em matéria publicada pelo Valor Econômico que a bandeira da educação integral erguida pela gestão de Vasconcelos e Mendonça é a “apresentação de uma grande logomarca que tem força nacional”. Para o professor, a gestão foi pautada por poucas inovações, forte transferência da responsabilidade da área para os municípios e pelo congelamento do plano de carreira dos docentes[3].

[1] https://avaliacaoeducacional.com/2016/05/13/mec-meritocracia-e-privatizacao/
[2] http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,maria-helena-sai-da-educacao-estadual-e-cede-para-paulo-renato,345797
[3] http://www.valor.com.br/politica/4558941/desafio-de-mendonca-filho-sera-unir-pastas-de-educacao-e-cultura

Fonte: SINTEPE

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